Bastidores
Terreno com obra inacabada de Estação de Tratamento de Esgoto vira acampamento de sem-terra
Famílias montaram barracos e preparam terra para plantar dentro de terreno da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Arapiraca

O terreno da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), localizada no sítio Flexeiras, na zona rural de Arapiraca, está sendo ocupado por trabalhadores rurais ligados aos movimentos sem-terra. A obra, que foi iniciada em 2015 e levaria saneamento básico a 70% do território de Arapiraca, está abandonada desde o início da gestão do prefeito Rogério Teófilo (PSDB).
Várias famílias de sem-terra estão montando barracos e alguns trabalhadores já limparam algumas faixas de terra com o objetivo de iniciar o plantio. A reportagem tentou conversar com um dos ocupantes, mas ele se recusou a dar entrevista e disse apenas que outras famílias devem se deslocar para o local, que se trata de uma grande área de terras improdutivas, abandonada e tomada pelo mato.
A Estação de Tratamento de Esgoto era a frente principal da obra de esgotamento sanitário iniciada no governo de Célia Rocha. Com orçamento total de R$ 47 milhões, oriundos de emendas parlamentares e ainda com contrapartidas do Estado e do município, entre os anos de 2015 e 2016, foram construídos em Arapiraca 90 quilômetros da rede coletora e iniciadas obras do coletor-tronco, que levaria os efluentes dos da rede coletora até a ETE, composta por dois conjuntos com três lagoas cada, para tratar e filtrar os resíduos do esgoto. Conforme o projeto da obra, ao final do processo, a água sairia mais de 98% tratada e seria devolvida à Bacia do Piauí.
A implantação da rede e o tratamento de esgoto são considerados medidas de saúde pública e de preservação do meio ambiente. Sem tratamento, o esgoto lançado contamina a água dos rios que abastecem a população, provocando uma série de doenças. Durante a gestão anterior, as obras seguiam em ritmo acelerado, chegando a provocar reclamações por parte dos moradores devido os transtornos causados pelos buracos abertos em várias ruas; e se aproximavam da conclusão, tanto que o município já havia obtido até mesmo a outorga da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Semarh) para o lançamento de efluentes. A outorga era válida até 25 de fevereiro deste ano.
Apesar da imensa importância da obra e também do fato de grande parte dela ter sido executada na administração anterior, foi rapidamente relegada a segundo plano e posteriormente esquecida pela atual administração. Do início do mandato de Rogério Teófilo até hoje, a ETE só é mencionada uma única vez em publicações da assessoria da prefeitura que tratam pelas obras no município: no dia 22 de março de 2017, uma matéria que tratava do dia mundial da água, a obra é citada como uma das ações promovidas pelo município para a preservação dos recursos hídricos em Arapiraca. Na matéria (veja a imagem na galeria de fotos ao final do texto), a legenda da foto diz que “atualmente, vem sendo concluída a Estação de Tratamento de Esgoto”.
A ETE é só uma das obras ‘esquecidas’ por Rogério Teófilo, que em vez de terminar o mandato com ações que perpetuariam seu nome como gestor municipal, deixará como marca o abandono de obras - entre elas também a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que nesta quarta (13) o governador Renan Filho disse que irá tomar à frente - e de equipamentos culturais, a exemplo do Memorial da Mulher Ceci Cunha, que homenageia a mãe do presidente estadual do partido do qual ele faz parte, o senador Rodrigo Cunha. Com esse histórico, os planos de tentar uma reeleição não têm chance de sucesso.
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