Bastidores
Visando as eleições, Fabiana Pessoa ignora apelo dos comerciantes e inícia obra do Centro Novo
Se essa obra começar, o cliente não vai querer passar na porta da loja”, diz empresário revoltado

Incertezas, revolta e até mesmo desespero. É assim que os empresários locais - que dedicaram a vida para erguer o próprio negócio, ou que herdaram dos pais a missão de dar continuidade ao comércio da família - estabelecidos na região do Centro Novo, estão se sentindo neste momento com a execução da obra de revitalização. As incertezas e o desespero vêm da convicção de que irão enfrentar mais uma crise de faturamento este ano - possivelmente pior que a dos primeiros meses da pandemia - justamente quando esperavam poder recuperar os prejuízos com as vendas de fim de ano.
E a revolta surge por saber que esta segunda crise é provocada pela intransigência da gestão municipal, que insiste em executar a obra, que não será concluída até o final do ano e que possivelmente será paralisada, mesmo se a atual prefeita, Fabiana Pessoa, conseguir vencer os opositores e conseguir se reeleger.
“A prefeita insiste em fazer a obra a toque de caixa, mesmo que venha a prejudicar muita gente. Se a pandemia trouxe muitos prejuízos, essa reforma agora acaba com qualquer possibilidade de a gente se recuperar este ano. Alguns empresários podem não suportar mais um período de portas fechadas e falir. É preciso deixar bem claro que não somos contra a obra, mas a maneira como ela está sendo executada deixa muito claro para nós que a finalidade de Fabiana Pessoa é exclusivamente eleitoreira e não beneficiará o comércio e a população. Se fosse assim, ela não teria problema em abrir a discussão com o empresariado e com a população”, declarou um empresário, que pediu para não ter o nome divulgado.
Na sexta-feira da semana passada (28), Fabiana Pessoa teve uma reunião com um pequeno grupo, formado por representantes de entidades ligadas ao comércio, para discutir sobre a obra. Os representantes levaram o apelo dos empresários para que a obra fosse iniciada apenas em 2021. Mas a prefeita demonstrou que não estava aberta ao diálogo e disse apenas que irá buscar meios de minimizar o impacto da obra no movimento do comércio. O argumento dela é que, caso a reforma não fosse iniciada de imediato, os recursos federais teriam que ser devolvidos pelo município.
A alegação, no entanto, não convence a maioria dos empresários. Eles afirmam que, em um processo democrático, o município deveria abrir a discussão com um número representativo de empresários, de modo que eles pudessem ter voz ativa nas decisões e até mesmo na avaliação das etapas e dos serviços a serem executados, uma vez que o projeto arquitetônico - que era uma promessa de campanha de Rogério Teófilo - sofreu alterações em relação ao original apresentado na época do projeto Centro Novo.
“É verdade que nós, empresários, estamos há anos sofrendo com o descaso do poder público, e é também verdade, que a obra - se executada levando em consideração às nossas necessidades - só irá nos beneficiar. Mas isso não significa que ela pode ser executada de qualquer jeito, sem respeitar a dificuldade que estamos enfrentado, sem qualquer estratégia para diminuir o impacto da obra no movimento no comércio. Nos primeiros meses da pandemia, a gente vendeu pouco. Com a reabertura do comércio, melhorou, mas está ainda muito longe de voltar ao que era antes, porque a crise atingiu o poder de compra da população. Se essa obra começar, o cliente não vai querer passar perto de onde está sendo executada, enfrentar calçamento quebrado, poeira e outros transtornos para chegar à loja. E isso no período do ano onde a gente mais vende. Não justifica a prefeita bater a mesa e dizer que vai ter obra mesmo assim. Só mostra que ela está mais preocupada com a reeleição e vai querer vender a história que, mesmo com pouco tempo de mandato, transformou Arapiraca em um ‘canteiro de obras’, mesmo que custe caro para muitos da população”, ressaltou.
Os empresários chamam atenção também para a "pressa tão grande" em começar a obra, que a placa colocada para sinalizar estava com um erro. Ela informava que a assinatura da ordem de serviço e início da obra teria sido em janeiro de 2020. Após muitas pessoas fazerem piada com o erro, a placa foi consertada e agora aparece como início da obra o dia 14 de agosto.
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