Bastidores
De olho nas eleições, Fabiana Pessoa inicia obra que vai prejudicar comerciantes de Arapiraca
Empresários reclamam que falta de experiência da gestão pode aprofundar crise econômica no município
O alívio em poder atender os clientes com tranquilidade dentro de seus estabelecimentos pode durar pouco para os empresários de Arapiraca. Na semana passada, a prefeitura surpreendeu com o início das obras de revitalização das ruas do comércio. O projeto conhecido como Centro Novo - idealizado há mais de dez anos após missões empresariais promovidas pelo Sindilojas, Fecomércio e Sebrae - é um sonho para os empresários, mas que agora está se transformando em pesadelo.
“Iniciar essa obra agora, sem ouvir os empresários e sem levar em consideração que só agora, após passar cinco meses de muita dificuldade, é que estamos voltando a vender, é de uma falta de sensibilidade muito grande. É uma demonstração de que esta gestão não está de fato preocupada com os moradores do município. Não é difícil entender o intuito de começar uma obra desse porte, que não vai ser concluída até o final do ano. Fabiana Pessoa deu um tiro no pé que vai custar muito caro para nós, empresários do Centro”, afirmou um comerciante, que pediu para não ter o nome publicado.
E as críticas dele não são isoladas. Vários empresários estão preocupados com a inexperiência da prefeita Fabiana Pessoa. Segundo eles, a decisão dela em execução da obra neste momento demonstra falta de conhecimento a respeito da dinâmica do comércio local. A obra vai afetar seriamente a mobilidade na área que compreende a rua Aníbal Lima e as praças Bom Conselho e Manoel André, com a substituição do piso e até mesmo a possibilidade de colocação de tapumes. Por conta disso, não pode ser realizada a toque de caixa.
“Uma das colegas do comércio até lembrou da obra feita na praça Bom Conselho, que levou meses para ficar pronta e que, além de prejuízos para os comerciantes, trouxe transtornos para os clientes. Ela contou inclusive que um pedestre chegou a quebrar a perna ao cair em um buraco aberto durante a obra”, conta.
O empresário deixa muito claro que a revitalização do Centro é uma obra muito aguardada e que os comerciantes da região sabem que terão que enfrentar dificuldades durante o período de obras, mas que a decisão de iniciar execução logo após o período de quarentena não foi acertada. Segundo ele, faltou diálogo. Uma reunião chegou a ser marcada pela Associação do Centro Novo, Sindilojas e CDL com a Secretaria Municipal de Obras para tratar do assunto para esta terça-feira (25), mas devido a uma viagem de um dos técnicos ligados à obra, a reunião foi desmarcada e uma nova data ainda não foi definida.
A obra de revitalização do Centro foi uma promessa de campanha de Rogério Teófilo. No início de 2019, ele chegou a fazer uma coletiva de imprensa para apresentar o projeto que seria iniciado naquele mesmo mês, que incluía até mesmo uma escada rolante. Na placa que foi fixada, informa que a obra está orçada em R$ 4,2 milhões e que as obras, que seriam iniciadas em 06 de janeiro de 2020 seriam concluídas em 22 de setembro de 2021, ou seja, levaria um total de um ano e nove meses até que ficasse pronta. Mas a obra não chegou a ser iniciada nessa época.
“Qualquer pessoa que tenha um pouco de conhecimento sobre comércio sabe que esse período de fim de ano é o mais aguardado pelos empresários, porque é o melhor período de vendas do ano. Além da nossa expectativa em relação a esse período, a gente já vem de um período de quase cinco meses quase sem vender, então agora é a nossa chance de nos recuperar. Mas se essa obra for executada agora, a gente vai enfrentar uma crise ainda pior que a pandemia, já que vias serão obstruídas e os clientes ficarão desconfortáveis em transitar”, declarou.
De acordo com ele, a execução da obra exige planejamento e definições de estratégias para minimizar o impacto para os comerciantes. Uma dessas estratégias, de acordo com ele, seria planejar a obra para os serviços que exigem obstrução de vias aconteçam em período em que o movimento é menor. “Uma obra desse porte tem que ser iniciada após o mês de janeiro, porque é um período em que as vendas naturalmente são menores e também porque ainda tem pela frente um bom período sem chuvas”, ressaltou.
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