Blog do André Avlis

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Foi fácil perceber a melhora no desempenho do Brasil, difícil é entender quem só "corneta"

Com gols de Everton Ribeiro e Neymar, Brasil vence o Peru por 2 a 0 e mantem 100% de aproveitamento nas Eliminatórias

10/09/2021 08h08 - Atualizado em 10/09/2021 08h08
Foi fácil perceber a melhora no desempenho do Brasil, difícil é entender quem só 'corneta'

Ontem comecei o texto falando sobre looping. E hoje de novo.

O Brasil venceu o Peru por 2 a 0, na noite de ontem (9), jogando na Arena Pernambuco. Com a vitória o time de Tite manteve a liderança da Eliminatórias e os 100% de aproveitamento. Com oito jogos e oito vitórias.

É certo, notório e óbvio que a seleção brasileira não vinha jogando bem. Mesmo conseguindo algumas vitórias - onde por vezes não as mereciam. Especialmente se falarmos em desempenho e performance.

No jogo de ontem, contra o Peru, houve nítidas mudanças. Em vários aspectos.

Para que possamos evoluir e entender o que é preciso melhorar, é necessário saber onde é preciso mudar. E Tite sabe. Os jogadores sabem. Nós sabemos. E qualquer ser racional - ou nem tanto - sabe.

O setor que necessitava urgentemente de evolução era - e ainda é - o de ataque. Como muito bem disse Tite, em entrevista.

Nesse jogo específico contra o Peru, desde o começo, já se notava alguma diferença. O time estava mais leve, com mais movimentação e com trocas de posições constantes no ataque.

Mesmo não mexendo em peças ou na estrutura de seu sistema, o técnico brasileiro mudou a tática e estratégia ao atacar. O time foi montado num 4-4-2 (com Paquetá e Everton Ribeiro de "pontas") e que se transformava num 4-2-4 nas ações ofensivas. Fazendo com que o time ganhasse amplitude, possibilidade de infiltrações e alargasse seu campo de ação.

A "novidade" foi a movimentação desses dois jogadores mais abertos. Quando flutuavam e fechavam pelo meio, abriam o corredor para os laterais, que foram mais efetivos e acionados na parte ofensiva. Ajudando o time a ter mais profundidade. Algo que não vinha acontecendo.

Além disso, quando os "pontas" desprendiam do 'setor original', geravam alternativas de aproximação com passes curtos ou passes mais verticais. Criando chances de gols, como foram criadas.

Outros fatores, principalmente de postura, tiveram nítida mudança. O time foi mais agressivo ao marcar (principalmente no campo adversário), mais intenso, usou muito bem o 'perde pressiona', e variou bem entre subir ou baixar linhas.

Houve queda de ritmo no segundo tempo, mas nada que pudesse interferir no controle do jogo. Uma vez que a estrutura tática foi mantida, ganhando ainda mais variações (como a 'saída de 3', por exemplo).

No mais, foi uma vitória segura e sem muitos sustos. Se o jogo ficou fácil ou tranquilo, foi porque o nível atuação do Brasil melhorou. E há, ainda, muita coisa que pode e deve ser melhorada.

No entanto, sabemos que para alguns nunca estará bom. Porque foi contra o Peru ou porque é na América do Sul (até porque não dá para jogar na Europa) ou porque o nível da competição é baixo.

Aliás, depende. Se o resultado for ruim e o Brasil não conseguir jogar, o adversário certamente evoluiu. Se não e for um jogo com domínio brasileiro, o mesmo adversário será fraco. É tipo um paradoxo. Ou certamente um.

Sempre haverá 'corneta'. É algo natural e que acompanha a seleção brasileira desde sempre. Tendo e sendo várias críticas com ampla razão, outras nem tanto. Outras sem nexo. E várias por só enxergarem o ruim.

Portanto, é fato e óbvio que o Brasil vem oscilando em suas atuações. Não está tendo a continuidade de tudo aquilo que pode desempenhar e não pode viver de espasmos de boas performances. Mas nesse jogo específico, houve evolução.

Muito fácil de perceber, inclusive.

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