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Em Alagoas, quem paga o preço político de mais um aumento dos combustíveis?

Em 2022, Arthur Lira e Renan Filho testarão sua popularidade arranhados pelas constantes variações no preço de gasolina e diesel

26/10/2021 07h07 - Atualizado em 26/10/2021 07h07
Em Alagoas, quem paga o preço político de mais um aumento dos combustíveis?

Em mais uma canetada da Petrobras, os preços dos combustíveis vão aumentar novamente. A estatal anunciou nesta segunda-feira (25) um reajuste de cerca de 7% no preço da gasolina para as distribuidoras. A expectativa é de que o valor do litro passe dos R$ 7 em alguns postos do interior do estado – em Delmiro Gouveia, onde o preço médio é de R$ 6,96, a gasolina pode passar dos R$ 7,40.

Os combustíveis vão mexendo com o bolso e com o humor do alagoano – e consequentemente com a popularidade do presidente Bolsonaro e políticos em geral. Os dois principais impactados com os constantes aumentos no estado são o governador Renan Filho (MDB) e o presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira (PP).

A bronca do eleitor com os aumentos vai respingar nas urnas em 2022.

Se tudo ocorrer como o cenário aponta, o atual governador é candidato ao senado no próximo pleito, e precisa se descolar da imagem de governador ‘malvadão’ imposta por Bolsonaro, que culpa frequentemente os gestores estaduais pela crise dos combustíveis. Filho tem se desvencilhado desse problema afirmando que não houve aumento na alíquota do ICMS nos últimos 5 anos, e deve repetir isso em campanha.

Já Arthur se colocou ao lado do presidente nesta questão, e faz constantes ataques aos impostos estaduais na composição final dos preços. Chegou mesmo a afirmar, nesta segunda (25), que o ICMS não é o pai do aumento, mas o “tio, o patinho feio” do valor final da gasolina e diesel. Lira é novamente candidato a deputado federal, e deve ter certa facilidade em sua eleição, tamanha a ampla aliança de prefeitos que conseguiu reunir.

Nessa equação, Lira deve sofrer menos para se reeleger, pois depende menos dos chamados “votos de opinião”, mais sensíveis ao custo não só dos combustíveis, mas de outros itens. Já Renan Filho deve acumular uma certa rejeição imposta a todos os governadores pelo presidente, especialmente os mais fiéis à política do “Fique em Casa”. O governador, portanto, carrega um peso maior que o deputado em 2022.

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