Bastidores
“Orçamento secreto” é dinheiro que move prefeituras, não políticos
O que parte da opinião pública tenta é a criminalização da política
O novo termo da “moda” entre os analistas da política brasileira é o orçamento “secreto”, uma suposta destinação de recursos gerenciada pelo presidente da câmara, Arthur Lira (PP), a deputados que fazem parte da base do governo – ou que votam favoravelmente aos seus projetos.
Claro que é necessária transparência na aplicação dos recursos públicos – e as verbas federais destinadas aos municípios passam por um rigoroso processo de auditoria e fiscalização. É assim com as emendas convencionais, e também é assim com o tal “orçamento secreto”.
Os R$ 23 mihões destinados por Arthur Lira a Arapiraca foram para os bolsos de Luciano Barbosa? Ou se transformaram na revitalização da Perucaba, no calçamento de ruas, revitalização de praças e reativação de Arapiraquinhas? Se a segunda opção é a correta, não há o que discutir. Se há desvio de recurso, TCU, MPF, PF e PGR estão aí para investigar.
Outra conversa que circula pelo meio político é o suposto favorecimento de Arthur a prefeitos de sua base política em Alagoas. Ora, será que isso nunca foi feito na história política recente do país? Os governos do PSDB destinavam emendas aos políticos do PT (e vice-versa, nos governos do PT)?
Há um sem número de prefeituras, em Alagoas e fora dela, que dependem intimamente dos recursos de emendas parlamentares para se sustentar. Municípios que não teriam condições, por si só, de construir escolas, erguer ginásios, pavimentar ruas. Prefeituras que sem emendas de custeio, não conseguiriam fechar suas folhas de pagamento dos médicos e pessoal de saúde. Não teriam como comprar aparelhos de raio-X e ressonância.
É necessário um certo esforço para separar a negociata pouco republicana da criminalização da política. Desvio será desvio em qualquer tipo de operação com dinheiro público, seja a emenda pública ou secreta.
Sobre o blog
Blog focado em política.