Bastidores
Em clima de despedida, Santoro defende legado econômico do governo e nega candidatura
Secretário de Fazenda também evitou polêmica com o preço dos combustíveis
O secretário de fazenda de Alagoas, George Santoro, defendeu seu legado à frente das finanças públicas estaduais. Durante a 12ª edição do Governo Presente, em Arapiraca, Santoro falou com exclusividade ao 7 Segundos sobre o bom momento da economia alagoana, defendeu a outorga dos serviços de água e esgoto dos blocos B e C e evitou acender a polêmica dos preços dos combustíveis. Por fim, deixou em aberto seu futuro político, mas evitou falar em candidatura em 2022.
Com excelentes índices de gestão, o secretário não poupou críticas ao modo como encontrou a fazenda estadual. “Eu deixo a máquina com muito orgulho. Foram sete anos, indo pro oitavo, e encontramos uma máquina desorganizada. Vamos entregar uma máquina organizada, com servidores públicos de carreira. Não tem mistério, é arrecadar mais do que gasta e fazer investimento que muda a vida das pessoas. A gente precisa desenvolver a economia de forma inteligente”, afirmou.
O modelo de outorga dos serviços de água e esgoto, cujo leilão foi realizado no último dia 13 em São Paulo, também foi destacado pelo secretário. “A empresa tem um contrato a ser cumprido, com metas de melhoria e investimento. Nós estamos falando 2,9 bilhões de investimentos concentrados nos primeiros seis anos. Isso praticamente universaliza a água nas cidades que aderiram ao projeto e esgotamento em até 90%. Povoados acima de mil habitantes também estão abrangidos”, disse.
Santoro, entretanto, evitou novas polêmicas com os bolsonaristas alagoanos, que defendem a tese de que o alto preço dos combustíveis se dá por conta dos impostos estaduais que incidem sobre o valor final do produto, especialmente o ICMS. “ICMS é cobrado em cima do valor do produto na bomba. A Petrobras lá em 2017 equalizou o preço do combustível ao preço internacional. O câmbio do Brasil desvalorizou quase 70% e o barril no mercado internacional mais que dobrou de preço”, afirmou, minimizando a responsabilidade do presidente na política de preços da estatal.
Sem confirmar nem negar, o secretário evitou lançar-se em 2022 a algum cargo eletivo. Mas disse que está adaptado à capital alagoana, e pretende continuar em Alagoas junto com a família. “Penso muito em continuar morando em Alagoas, minha família adotou o estado e eu também. Gosto muito daqui, ganhei até o título de cidadão alagoano com muito orgulho. Política não. Política por enquanto não está no meu radar”, encerrou.
Conforme citamos em outro post, Santoro como deputado estadual daria uma valorosa contribuição ao debate político na sempre combalida Assembleia Legislativa do estado. Porém, ao negar agora o que já deixou em aberto no passado, parece encontrar uma saída honrosa para as portas fechadas que encontrou nas chapas governistas. Sem convite para compor o grupo calheirista em 2022, restou ao secretário exaltar a beleza de morar em Maceió – sem mandato.
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