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Análise – Arthur Lira é o único com reeleição encaminhada para a câmara federal; confira chances

Blog Bastidores ouve especialistas e produz uma análise dos principais nomes à câmara

12/04/2022 07h07
Análise – Arthur Lira é o único com reeleição encaminhada para a câmara federal; confira chances

Com as novas regras eleitorais que impedem as coligações, esta promete ser uma das mais disputadas eleições para a bancada federal das últimas décadas em Alagoas. Veja, não estamos falando em um alto número de renovação da bancada, mas numa batalha ferrenha para a renovação dos mandatos de todos os parlamentares.

Feitas as contas, a análise é que um único deputado tem sua reeleição relativamente encaminhada: o presidente da câmara, Arthur Lira (PP). Ele tem sido o capitão das articulações políticas até o momento, e claro, a prioridade tem sido sua manutenção na câmara – e uma vez por lá, a reeleição para a presidência da casa (seja qual for o presidente).

Os demais postulantes não terão vida fácil para renovar seus mandatos. Para alguns deles, o cenário inclusive é de batalha perdida, tendo que subir uma montanha para reverter o quadro.

Com base nas expectativas das próprias chapas que competirão em outubro, o Blog Bastidores faz uma avaliação das chances de cada grupo e dos prováveis eleitos e não-eleitos em outubro. Claro, o leitor vai entender que esta é uma fotografia do momento, e como a política é uma ciência dinâmica, pode mudar em poucas semanas.


PP
Favoritos: Arthur Lira – Delegado Fabio Costa – Marx Beltrão – Daniel Barbosa
Melhor cenário: 04 eleitos – Pior cenário: 02 eleitos

Deve eleger a maior bancada alagoana da câmara, mas depende de alguns condicionantes: O principal deles é que Arthur seja o deputado mais votado do estado (ele tem bases e capacidade para isso). Outra condição é que o delegado Fabio Costa confirme as expectativas e receba expressiva votação.

Caso esses dois primeiros aconteçam, o partido pode fazer até quatro deputados. A conta interna trabalhada pela legenda é de três eleitos, com Daniel Barbosa e Marx Beltrão disputando a última vaga.


União Brasil
Favoritos: Alfredo Gaspar – Marcius Beltrão – João Caldas
Melhor cenário: 03 eleitos – Pior cenário: 01 eleito

A entrada do ex-procurador Alfredo Gaspar na legenda impulsionou as aspirações do União Brasil. Contando com os votos dos eleitores voltados ao tema segurança pública, Alfredo deve ser o puxador da chapa. Marcius Beltrão depende da disputa com o primo Marx nas mesmas bases eleitorais, e João Caldas pode ser a surpresa – se contar com a ajuda do filho, prefeito JHC.


MDB
Favoritos: Isnaldo Bulhões – Severino Pessoa – Mauricio Quintella – Cristiano Matheus
Melhor cenário: 02 eleitos – Pior cenário: 01 eleito

A saída de Alfredo Gaspar para o UB tornou difícil a luta dos dois deputados de mandato do MDB. Com muito custo, o partido pode reeleger Isnaldo e Severino, mas depende de uma boa votação dos demais postulantes, dentre eles os ex-deputados Mauricio Quintella e Cristiano Matheus.

Quintella era candidato a estadual e “subiu” para federal aceitando missão de Renan Calheiros, mas não parece muito animado com a disputa. Já Cristiano vive seu crepúsculo político, tendo perdido todas as últimas eleições.


Federação PT – PCdoB – PV
Favoritos: Paulão – Sérgio Toledo – Basile Christopoulos
Melhor cenário: 02 eleitos – Pior cenário: 01 eleito

A entrada, nos últimos minutos da janela, de Sérgio Toledo no PV praticamente selou a inviabilidade da reeleição de Paulão. O petista, que já teria dificuldades para vencer sozinho na disputa, agora tem o experiente deputado oriundo do PL de Bolsonaro ao seu lado, com todas as suas bases e estrutura. Sérgio deve ser o eleito da federação.


Republicanos
Favoritos: Nivaldo Albuquerque – Pastor Marcelo Oliveira
Melhor cenário: 01 eleito – Pior cenário: ninguém

Nivaldo Albuquerque, vice-líder de Bolsonaro na câmara e filho do decano da Assembleia Antonio Albuquerque é o grande favorito da chapa, porém o pastor Marcelo Oliveira, líder evangélico consagrado no interior alagoano, pode surpreender.


PSD
Favorita: Tereza Nelma
Melhor cenário: 01 eleito – Pior cenário: ninguém

Tereza Nelma é a única candidata que pode conseguir a vitória pelo PSD de Rui Palmeira, mas sabe que precisa remar um longo trecho para conseguir. Sem outros puxadores na legenda, Nelma precisa chegar perto da casa dos 100 mil votos para buscar ao menos nas sobras seu segundo mandato em Brasília.


PSDB
Favorito: Pedro Vilela
Melhor cenário: 01 eleito – Pior cenário: ninguém

Em pior situação do que Tereza Nelma está Pedro Vilela, único que sobrou no ninho tucano após o esvaziamento promovido pela saída do senador Rodrigo Cunha do partido ao final da janela. Vilela já tinha reduzido muito sua votação em 2018, tendo voltado à câmara somente dois anos depois, após a vitória de JHC na eleição em Maceió. Sua chapa precisa ter ao menos 147 mil votos para buscar a eleição nas sobras.


PL
Favorito: Leonardo Dias
Melhor cenário: 01 eleito – Pior cenário: ninguém

O partido do presidente Jair Bolsonaro entra na disputa para a câmara somente para demarcar território e montar palanque para uma improvável visita dele ao estado. O vereador da capital Leonardo Dias, representante do bolsonarismo no estado, deve buscar o mandato de federal com poucas chances de êxito – a divisão dos votos bolsonaristas para os nomes postos já é bem diversificada.


Existe uma indefinição com relação a outras legendas tradicionais no estado, mas que provavelmente não terão capacidade de montar chapas para federal: o PDT de Ronaldo Lessa, o PTB do senador Fernando Collor e a Rede Sustentabilidade de Heloísa Helena (que foi morar no Rio de Janeiro) são os principais deles.

Já o PSB vive uma expectativa de fazer parte da federação partidária de esquerda, coligando assim com o PT, o PCdoB e o PV, e indicando alguns nomes, com poucas chances de vitória. Os nanicos PSOL, PCB e PSTU devem lançar chapas sem expressão.

Sobre o blog

Blog focado em política.

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