Mais um técnico demitido. 

Após derrota para o RB Bragantino, direção do Flamengo definiu que Paulo Souza não é mais técnico da equipe.

Paulo deixa o clube após 31 jogos; com 19 vitórias, sete empates, cinco derrotas e um aproveitamento de 68,8%.

O treinador é o quarto a ser demitido no pós-Jorge Jesus.

Antes dele, foram demitidos: Domènec Torrent, com 15 vitórias, cinco empates, seis derrotas e aproveitamento de 63,8%.

Rogério Ceni, com 45 jogos; 23 vitórias, 11 empates e 11 derrotas. Um aproveitamento de 59,3% e os títulos do Brasileirão 2020, Carioca e Supercopa 2021.

Renato Gaúcho, que em 37 jogos conseguiu 24 vitórias, oito empates e cinco derrotas. Um aproveitamento de 72,8%.

A demissão mais bizarra aconteceu com Ceni, mandado embora após ganhar um título.

Então, será mesmo que a culpa é sempre do treinador?

Vivemos num país onde o paradoxo de normas e soluções futebolísticas são controvérsias e contraditórias.

Ora pedem calma, tempo e longevidade. Ora clamam pelo imediatismo através de resultados. 

A passagem extraordinária/espetacular de Jorge Jesus pelo Flamengo deixou marcas. E cicatrizes.

Em termos de produtividade e performance, JJ elevou o nível do time ao seu ápice. Em aspectos coletivos e individuais, técnicos e táticos. 

Algo inegável e louvável.

Após sua saída criou-se uma lacuna. Uma sombra e um peso para qualquer sucessor.

Basta ver as várias mudanças de comando em um curto espaço de tempo.

Hoje, qualquer técnico que chegar no clube, chegará maculado e em situação instável. Tão somente pela viuvez criada a partir de quem tratam como 'Santo Graal'.

Uma pressão que, em vários momentos, é desnecessária e descabida.

Paulo Sousa foi mais um.

Várias decisões do técnico são, de fato, criticáveis. Entre opções de esquemas e escalações. O que culminou na oscilação performática e falta de um padrão para o time. 

Mas será que a culpa só dele ou dos outros?

O elenco do Flamengo há algum tempo não entrega mais um alto nível de exibição e rendimento. Erros capitais e falhas individuais se tornaram recorrentes. É um grupo que transparece desgaste e necessidade de renovação.

A diretoria não assume culpas e erros. Entre equívocos de planejamento e planos. Pelo contrário, ainda exalam prepotência ao tratar de vários assuntos. Com o ar de paladinos da gestão futebolística de sempre.

São vários fatores que interferem de forma direta e indireta o 'fator campo'. Mesmo para um gigante com um time tão qualificado.

A soma de todos esses aspectos que faz o atual momento, um momento de desordem, confusão e bagunça.

Dentro e fora de campo.

E não, a culpa não é só dos treinadores. Não mesmo!