Blog do André Avlis
ASA: Arthur - a inclusão através de um sentimento visível
Garoto de 11 anos, com deficiência visual, teve sonho realizado através da diretoria alvinegra
Um sonho realizado por meio de um amor genuíno.
Eu sou fanático pelo ambiente do estádio de futebol. Fui 'criado' sentindo toda a atmosfera que o lugar proporciona. É, sem sombra de dúvidas, algo único e singular.
Conhecer a história do Arthur me fez ficar feliz pela sua felicidade ao realizar seu sonho de pisar no gramado pela primeira vez. Uma vez que o pequeno já frequentara o Coaracy da Mata Fonseca, paralelo ao escutar do rádio - hoje um dos meus mundos através da profissão.
Arthur nasceu com má formação no nervo óptico e não enxerga. Mesmo assim se apaixonou pelo ASA. Um amor hereditário e legítimo. Passado de pai para filho. Como outros sentimentos semelhantes que só quem é alvinegro consegue - ou tenta - explicar.
Reginaldo, seu pai, fez um pedido para a direção do clube: a possibilidade do garoto entrar em campo junto do time do coração. Pedido concedido imediatamente.
Na partida contra o Rio Branco-AC, Arthur pisou no gramado acompanhado por Didira. Estava descalço para sentir ainda mais as sensações de um lugar que contemplou uma das mais bonitas festas dos últimos anos vinda das arquibancadas.
Um dia especial e inesquecível para o pequeno alvinegro. Certamente inexplicável. Como é inexplicável o amor sentido mesmo sem poder ver. Apenas sentir. E torcer. Como uma sensação intrinsecamente sacra - e talvez seja.
Arthur não precisou enxergar para sentir a paixão. Foi escolhido e escolheu. Agora ainda mais incluído pelo seu sentimento perceptível. E visível.