Experiente e respeitado por sua história dentro do partido, o vice-governador eleito de Alagoas Ronaldo Lessa foi chamado à Brasília pelo PDT, para ajudar na decisão do partido sobre uma questão importante: o apoio da legenda à recondução de Arthur Lira (PP) à presidência da Câmara, e de Rodrigo Pacheco (PSD) no Senado.

Em que pese o tema ter sido aprovado por unanimidade na executiva nacional do partido, Ronaldo é sempre uma voz altiva e ouvida pelos pares da sigla, onde está desde 2005, quando trocou o PSB pela legenda de Leonel Brizola.

Aliás, o PDT tomou a decisão de apoiar Lira a partir de sua executiva em Brasília, mas terá que explicar para a sua militância que ficou sem entender (ou até entendeu, mas por razões ideológicas não aceita). Lessa, que gosta de conversar com os setores do partido, terá esse diálogo em Alagoas.

O PDT viu sua bancada reduzir de tamanho nas últimas eleições. De 19 parlamentares eleitos para a Câmara em 2018, a sigla caiu para 17. No senado, o partido não elegeu nenhum representante e ainda perde um senador em fim de mandato, ficando com três cadeiras.

Logo, o apoio dos pedetistas a Arthur Lira tem pouco de ideológico, e mais de sobrevivência política no parlamento. Aliado do presidente, o partido pode ter a presidência de alguma comissão temática, ou até mesmo fazer parte da mesa diretora.