Blog do André Avlis
MUNDIAL DE CLUBES: No meio do caminho tinha o Al-Hilal, tinha o Al-Hilal no meio do caminho
Al-Hilal vence o Flamengo por 3 a 2 e se classifica para a final do Mundial de Clubes
Com toda a audácia, tomei a liberdade de parafrasear com um trocadilho a celebre frase do gigante Carlos Drummond de Andrade.
Até porque, antes de pensar no fim, existe um meio. Ou uma semifinal, que obrigatoriamente antecede uma final.
Após ganhar a Libertadores de 2022, contra o Athlético-PR, o dirigente do Flamengo, Marcos Braz, entoou a plenos pulmões um canto que dizia para o Real Madrid esperar, pois sua hora iria chegar.
Alguns chamam a atitude de soberba. Prefiro achar que foi um alto nível de presunção. E uma clara e manifesta atitude de empolgação.
No entanto, antes de sonhar com a finalíssima, o Flamengo tinha o Al-HIlal como adversário - aquele mesmo do Mundial de 2019. Em uma partida cheia de situações que mudaram o contexto e o roteiro. E apesar do favoritismo do time brasileiro o clube saudita venceu o rubro-negro por 3 a 2.
A primeira nuance aconteceu no início do jogo com um pênalti a favor e convertido pelo Al-Hilal. Após o gol o FLA naturalmente se desestabilizou e perdeu um pouco de seu controle mental.
Quando tudo voltou ao normal, o Flamengo mudou a postura e bloqueou qualquer ação que o adversário tentava. Adiantou suas linhas, ocupou os espaços no campo do adversário, marcou pressão e bloqueou a linha de passe na origem das jogadas dos sauditas.
Foi a partir daí, com um jogo agrupado e de aproximação, que através de passes curtos e ações rápidas, Pedro conseguiu empatar a partida. Um enredo em que o time brasileiro ditava o ritmo e era superior.
Até que no finzinho do primeiro tempo veio mais um pênalti - bastante discutível, por sinal -, a expulsão de Gerson e o gol marcado por Salem, colocando água no chopp do time carioca.
No segundo tempo, o Flamengo, naturalmente precisando empatar o jogo se lançou ao ataque e ofereceu espaços para o adversário que soube, a partir da superioridade numérica por ter um homem a mais e pela mudança de estratégia de sair em velocidade, ampliou o placar.
Depois disso, o Al-Hilal controlou o jogo com a posse de bola no campo ofensivo. Já o rubro-negro, com todo nervosismo natural, começou a errar em ações técnicas que normalmente não erra.
O FLA não conseguia ter criatividade e criar situações para os homens de ataque porque seu técnico, Vitor Pereira, cometeu o erro de tirar seus dois articuladores e armadores. Dificultando assim a progressão na transição ofensiva.
Por fim, vitória merecida do time saudita. Derrota extremamente frustrante para o Flamengo que tem um time melhor e de fato era favorito. Mas esqueceu que antes do Real Madrid, tinha no Al-Hilal no caminho.