Blog do André Avlis
Nova 'moda' de técnicos estrangeiros no Brasil surgiu graças a Jorge Jesus
Metade dos times da Série A tem técnicos estrangeiros nesse início de temporada

Um nome que poder ser utilizado no trocadilho do antes e depois.
O futebol brasileiro vive a era do a.JJ (antes de Jorge Jesus) e d.JJ (depois Jorge Jesus). Não que ele tenha revolucionado o jogo, mas a forma dominante que o Flamengo jogou em suas mãos foi algo fora da curva e que, consequentemente, deixou marcas.
Seu sucesso quebrou paradigmas e outros estrangeiros continuam desembarcando no Brasil. O mais vencedor e seu compatriota, Abel Ferreira, do Palmeiras, vem empilhando títulos ano após ano, por exemplo.
No entanto, Jorge e Abel, têm algo em comum. Ambos chegaram em clubes com excelentes estruturas, poder financeiro e modelos de organização administrativa exemplares. O que, de certa forma, interfere diretamente no desempenho esportivo. Como aconteceu e vem acontecendo.
Diferente de outros, que não tiveram a mesma 'sorte'.
O futebol brasileiro tem em sua cultura a prática da memória curta e do imediatismo. Os recortes que são analisados vêm através, exclusivamente, do que deu certo. Daquilo que foi positivo.
Por isso, as ações acontecem, em sua maioria, através do conceito de que o que deu certo num lugar, pode dá certo em outro. E nem sempre é ou foi assim.
Antes de Jorge Jesus, quantos trabalhos de treinadores deram certo e foram vitoriosos? Quantos conquistaram algo ou fracassaram em seus trabalhos? Os brasileiros são menos competentes ou estão ultrapassados?
Nos últimos 10 anos, a 'elite' do futebol brasileiro registrou 33 trabalhos de estrangeiros. Foram 28 profissionais diferentes comandando os principais clubes do país. Até o início de 2018, os gringos haviam conquistado apenas um título (Gauchão de Diego Aguirre com o Inter, em 2015).
Estamos falando da última década, mas se a pesquisa for ampliada, os números - e os insucessos - aumentam consideravelmente.
Nesse tempo, passaram por aqui nomes como: Jorge Sampaoli, Reinaldo Rueda, Ricardo Gareca, Jesualdo Ferreira, Eduardo Coudet, Edgardo Bauza, Juan Carlos Osorio, Paulo Bento, Paulo Sousa, entre outros.
Portanto, contratar um estrangeiro não é garantia de sucesso e conquistas. Tudo vai depender do planejamento feito e da estrutura oferecida para que o trabalho seja desempenhando.
Com todos esses fatores em jogo, surgiu uma falsa sensação de que os treinadores brasileiros são incompetentes, incapacitados e ultrapassados. Certamente pelo atemporal e enraizado complexo de vira-lata que sempre aparece em períodos oportunos.
Uma das diferenças entre brasileiros e gringos - sem citar conceitos, ideias e metodologias - é a forma de tratamento dada de acordo com a situação ou desempenho. A paciência para uns é mínima, para outros é a de Jó. Seja o treinador eficiente ou não.
Jorge Jesus fez algo tão extraordinário que fez parecer fácil e com isso surgiu um padrão. Uma nova 'moda'. Mas que nem sempre veste bem.
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