Bastidores
Advogado alagoano diz que indicação de Zanin ao STF seria ‘repetição de erro’ ocorrido na indicação de Dias Toffoli
Welton Roberto defendeu também a indicação de um criminalista para a vaga
A partir da próxima terça-feira (11), com a oficialização da aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal, começa a busca do presidente Lula (PT) pelo substituto do magistrado na mais alta e importante corte do país.
Dono da indicação à vaga, Lula tem demonstrado interesse em nomear para a função Cristiano Zanin, o seu advogado de defesa nos casos em que foi condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro - todas as condenações de Lula foram revertidas e anuladas, com atuação de destaque de Zanin.
No entanto, a indicação de um advogado cujo maior feito foi defender a pessoa de Lula, encontra resistências na sociedade civil e até mesmo entre aliados petistas e simpatizantes históricos do presidente, como o advogado criminalista alagoano Welton Roberto, consultado pelo Blog Bastidores a falar sobre o tema.
Welton foi candidato a deputado estadual pelo PT nas últimas eleições, mas para além de seu histórico militante, tem volumosa atuação na esfera jurídica. Foi advogado de defesa de figuras políticas vultosas, além de ser atualmente professor de direito da UFAL e doutor em Direito por uma universidade italiana.
“É uma prerrogativa do presidente fazer a indicação do ministro. A gente sempre espera que ele atenda os anseios quanto à preservação da constituição federal. Particularmente, sou contra a indicação do seu advogado. Na minha concepção, se ele tem gratidão ao advogado, não pode ‘pagar’ com uma indicação à suprema corte como já fez com Toffoli, e todo mundo sabe que foi uma indicação totalmente equivocada”, disse.
Roberto afirmou ainda que talvez seja o momento de um criminalista na corte. “Gostaria de ver um grande criminalista, que nós não temos. Jacinto Coutinho, professor titular da UFPR, ou Alexandre Morais da Rosa, juiz. Que possa dar um ar no ambiente, para que as coisas possam ter um outro contexto. Um criminalista com viés garantista para manter o que a corte já vem fazendo há algum tempo”, ressaltou.
A decisão do presidente deve sair em breve, já que Lewandowki antecipou sua aposentadoria em um mês. A escolha de Lula deve ser avalizada pelo senado, antes de assumir uma cadeira na mais alta corte do país.
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