Blog do André Avlis
ASA: Como ideias táticas que não funcionaram fizeram Lázaro e Wendell irem de titulares a "dispensados"
Lateral-direito participou de 11 partidas no time titular; já o lateral-esquerdo entrou 17 vezes no time inicial
Um sistema tático pode interferir no desempenho de um jogador de forma positiva ou negativa.
Assim como a execução de ideias e conceitos em determinadas configurações dentro de um esquema podem elevar ou diminuir o nível coletivo e individual. Técnico e tático.
O laterais Lázaro e Wendell foram de preferidos a preteridos. De titulares a "dispensados".
O lateral-direito jogou 11 partidas como titular, somando 712 minutos em campo; já o lateral-esquerdo, disputou 17 jogos na equipe principal, em um total de 1418 minutos em campo.
Eu sempre busco algumas explicações para uma queda performática de cada jogador, especialmente se o atleta em questão já provou que tem atributos e consegue produzir mais do que está entregando naquele 'momento ruim'.
Acredito que sempre existe um motivo. Uma razão. São princípios em que considero. Isso não quer dizer que seja uma verdade absoluta.
Então, o que aconteceu com Lázaro e Wendell?
Creio que a queda de rendimento dos dois alas esteja diretamente ligada ao sistema adotado pelo ex-técnico do ASA, Sidney Morais. Não que seja culpa do treinador, mas 'curiosamente' foi a partir da mudança que o nível caiu.
O 4-1-4-1 adotado pelo comandante não funcionou como esperado.
Lázaro ficou sobrecarregado. Vitinho, o ponta, não tem características que possam ajudar na recomposição defensiva para que ocorra dobras nas beiradas. No ataque, a movimentação no corredor ficou obstruída pela pouca mobilidade do setor, fazendo com que o lateral forçasse o jogo pelo meio - que estava congestionado por conta dos três volantes.
Do outro lado, Wendell tinha 'problemas' semelhantes. Como Anderson Feijão estava de extremo, com pouca liberdade de jogar flutuando pelo meio, o lateral tinha o corredor bloqueado para fazer seu jogo de profundidade (uma de suas principais características) e precisava fazer um jogo de lateral construtor.
A dinâmica de movimentação da equipe não potencializou as valências de ambos. Além de interferir no desempenho do próprio time. Em todos os aspectos. A queda de produção do conjunto como um todo deixou explícito tal fator.
Foram poucas as variações, o ASA se tornou um time previsível. Além do insuficiente repertório tático para que fossem criados movimentos coordenados dentro de uma formação adotada para potencializar o que cada jogador tem de melhor.
Ideias que, infelizmente, não funcionaram.
Lázaro e Wendell 'sofreram'' por isso. Indo de titulares a "dispensados".