Blog do André Avlis
O futebol brasileiro vive um dos capítulos mais podres e repugnantes de toda a sua história
Operação Penalidade Máxima tem 53 jogadores citados nominalmente em provas; 15 foram denunciados e vão virar réus na Justiça de Goiás
Talvez esse texto seja um desabafo daquele que ama e respeita o futebol.
O futebol brasileiro tem algumas manchas em sua história. Sujeiras que nem o melhor sabão consegue e conseguiu limpar. Em 1983, a 'máfia da loterias'; em 2005, a 'máfia do apito'.
Um passado maculado por fraudes. E agora um presente que repete o pretérito com o mesmo contexto e pretexto.
A Operação Penalidade Máxima desencadeada pelo Ministério Público de Goiás mostra, em seus documentos, que 53 jogadores brasileiros estão citados de alguma forma até o momento na operação que apura manipulação de partidas de futebol.
Esse número atingido por ora envolve jogadores denunciados, que fizeram acordos e viraram testemunhas ou foram citados em conversas entre os investigados do caso. Quinze deles vão virar réus na Justiça de Goiás.
Ser jogador de futebol é o sonho da maioria dos meninos brasileiros. Especialmente daqueles que vivem à margem da sociedade. O esporte se torna a 'grande chance' de mudar a própria vida e de sua família. Pouquíssimos conseguem esse objetivo.
Jogar em um grande clube, ter um ótimo salário, são objetivos conquistados por uma mínima parcela de atletas do Brasil.
Então, o que leva um indivíduo a se corromper a tal ponto de arriscar sua carreira por "mixaria"? Não que jogadores de divisões inferiores ou do baixo escalão estejam isentos da mesma violação.
Eu vivo o futebol intensamente desde que me entendo por gente. E o sentimento que tenho no momento é semelhante o da traição.
Como não ter respeito pelo jogo? Como ser desonesto com companheiros da mesma profissão? Como ser desleal com a instituição que defende e seus torcedores (que fazem de tudo para estar no estádio)?
Ou talvez a pergunta correta, seja: por quê?
Tendo como explicação, a falta de caráter e princípios. Junto da inexistência de apreço pela lisura do jogo. Por isso, todos os envolvidos devem ser punidos de forma rígida e exemplar. Com o rigor das leis que devem punir atos criminosos como estes praticados.
A imoralidade não pode ficar impune. E as punições severas devem servir de exemplo para os que pensarem em praticar as mesmas delinquências não o façam.
É triste. Mas estamos acompanhando um dos capítulos mais podres do nosso futebol. Onde o 'mau cheiro' deve aumentar ainda mais.