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Sem votos de João Catunda, partido Republicanos atinge coeficiente eleitoral e desbanca Paulão, diz estrategista político

Eugênio Albuquerque explicou em números o caso da ação no TRE que pode tirar mandato de petista

24/01/2024 17h05
Sem votos de João Catunda, partido Republicanos atinge coeficiente eleitoral e desbanca Paulão, diz estrategista político

O estrategista político Eugênio Albuquerque explicou, em detalhes, a matemática que pode derrubar o atual deputado Paulão (PT) do seu mandato à frente da câmara dos deputados, e lançar em seu lugar o suplente do Republicanos, Nivaldo Albuquerque.

Eugênio foi o entrevistado desta terça-feira (23) no programa Na Mira da Notícia, na rádio Gazeta FM de Arapiraca. O noticiário é uma parceria entre a rádio e o Portal 7 Segundos, e vai ao ar de segunda a sexta, das 18 às 19 horas.

Segundo ele, o processo corre em segredo de justiça, o que inviabiliza a emissão de qualquer juízo sobre os reais motivos da anulação dos votos de João Catunda, que foi candidato a deputado federal em 2022, obtendo 24.754 votos. Ele não conseguiu se eleger, mas sua votação foi somada ao coeficiente eleitoral, que deu o mandato ao deputado Paulão.

Para entender a situação, Eugênio citou os números do coeficiente eleitoral de 2022. Segundo ele, para eleger um deputado, cada partido ou federação teria que ter somado exatos 186.849 votos.

O Republicanos, partido de Nivaldo, somando todos os seus candidatos, atingiu 146.523 votos - portanto, número insuficiente para eleger um representante de forma direta.

No entanto, como nem todas as nove vagas foram preenchidas por esta conta, os partidos que atingissem ao menos 80% deste número estariam elegíveis às vagas de sobra.

Caso a ação proposta pelo Republicanos seja acolhida pelo TRE alagoano, os votos de João Catunda seriam anulados - o que diminui o coeficiente geral para cerca de 144 mil votos - neste caso, com pouco mais de 146 mil votos, o partido de Nivaldo entraria na distribuição das vagas pelas sobras.

Com esse número e elegível, o Republicanos conseguiria então mais votos dentro da sobra que a federação PT-PCdoB-PV, tirando assim uma vaga deste grupo, no caso, a do deputado Paulão, que seria rebaixado à condição de suplente.

No entanto, Eugênio fez uma ressalva: qualquer decisão tomada pela justiça eleitoral alagoana só terá efeito se for referendada pelo TSE - ou seja, mesmo que a ação seja acolhida pelo TRE alagoano, Paulão só perde o mandato quando (e se) esta decisão for referendada pela corte superior.

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