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“Atos preparatórios não configuram delito”, diz Alfredo Gaspar sobre minuta do golpe de Bolsonaro

Deputado alagoano foi o entrevistado do programa Na Mira da Notíocia, na Gazeta FM Arapiraca

27/02/2024 17h05 - Atualizado em 27/02/2024 17h05
“Atos preparatórios não configuram delito”, diz Alfredo Gaspar sobre minuta do golpe de Bolsonaro

A “minuta do golpe”, encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da justiça Anderson Torres, não configura uma prova de crime, conforme entendimento do deputado federal Alfredo Gaspar (União). O documento foi citado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no ato realizado em sua defesa no último domingo (25) na capital paulista.

Para Gaspar, a minuta e outras provas obtidas pela investigação da PF fazem parte de uma ‘narrativa’, que tem como objetivo final encarcerar o ex chefe do executivo. As declarações do deputado foram dadas nesta segunda (26) ao programa Na Mira da Notícia, jornal do grupo 7 Segundos que vai ao ar pela Gazeta FM Arapiraca.

“Posso dizer sem sombra de dúvida, tendo vivenciado no mundo jurídico todas as nuances, que atos preparatórios não configuram delito, mas nós estamos vivendo um momento difícil. Sequer um documento é classificado como tal se não tiver uma assinatura, que é o caso. A narrativa para prender Bolsonaro já está construída; A prisão de Bolsonaro é questão de dias ou meses”, disse Gaspar.

O deputado alagoano afirmou ainda que a prisão de Bolsonaro servirá para impulsionar ainda mais o movimento de direita por todo o país. “Se [livre] Bolsonaro reúne uma multidão dessa em torno de ideais, imagine ele preso, o quanto mais catalisador ele vai ser da população do Brasil. A narrativa já está construída, é só percorrer caminhos supostamente legais para Bolsonaro ir pra cadeia, não tenho dúvida”, colocou.

Gaspar também concorda com a tese de anistia aos presos do oito de janeiro, defendida no ato pelo ex-presidente. “Sou a favor da anistia a quem não participou de atos violentos. Quem não foi filmado ou fotografado, sou absolutamente a favor. Não é certo, senhoras com bíblias na mão, com filhos pequenos, homens idosos, tenham sidos todos jogados na mesma vala comum com script pronto para condenações absurdas”, disse.

Apesar de prever a prisão do ex-presidente, o deputado alagoano acredita que há possibilidade de Jair Bolsonaro disputar as eleições, assim como Lula também foi inocentado de suas condenações e disputou o processo eleitoral em 2022.

“Não é a minha crença, é uma certeza que os atos estão sendo construídos para a prisão do Bolsonaro. Não tenho dúvida que o candidato a presidente da direita [em caso de não ser Bolsonaro] esteve presente domingo no ato. Não sei quem será, mas será uma luta para o Bolsonaro ser candidato. O Lula foi condenado em três instâncias, o STF não concedeu habeas corpus a ele, estava inelegível e mesmo assim construíram uma narrativa, destruíram provas e conseguiram colocar o Lula, comprovadamente um corrupto”, afirmou.

Alfredo defendeu a inflexão que tem feito, nos últimos meses, rumo à base bolsonarista considerada ‘raiz’ na Câmara dos deputados. Segundo ele, o movimento natural se deu por conta do caráter das pautas que estão sendo debatidas atualmente na casa.

“Chegando no parlamento, vendo o ambiente parlamentar, não dá pra ficar na neutralidade. Esse posicionamento é tudo o que eu penso, não é um movimento qualquer, é baseado nas minhas crenças. Quando eu chego no congresso, o debate é sobre descriminalização de drogas, aborto, fim dos acordos de leniência, corruptos tosos sendo perdoados pelo STF. Não dá pra ficar neutro numa condição dessa. Não sou extremista, não sou inconsequente”, finalizou.

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