Celebridades

Carol Narizinho relembra uso de anabolizantes: "Carrego até hoje os danos no corpo"

Atriz conta em entrevista para Quem a pressão que sofria quando era panicat e fala sobre assédios

Por Revista Quem 20/01/2021 11h11
Carol Narizinho relembra uso de anabolizantes: 'Carrego até hoje os danos no corpo'
Carol Narizinho - Foto: João Barbosa/ Divulgação/ Agência Fio Condutor

Carol Sertório, conhecida como Carol Narizinho, lutou por anos para quebrar o estigma de símbolo sexual que conquistou ao ser panicat em 2012. Atriz formada, ela conta que recebia muitos ataques machistas e de ódio de pessoas que a reduziam a um corpo bonito.

“Sempre quis quebrar esse preconceito que as pessoas, principalmente as mulheres, tinham em relação a minha imagem por eu ter trabalhado de biquíni e ser ex-panicat. Eu já estava sete anos fora da TV, mas ainda recebia ataques em redes sociais e até de repórteres que tinham essa visão machista de me ver como uma mulher objeto e gostosa, que é burra”, conta ela, que diz ter conseguido, com a participação no reality show A Fazenda, mostrar seu outro lado.

“Tiveram impactos positivos na minha carreira. Saí com uma imagem muito positiva de lá, passei quem eu sou realmente. Consegui mostrar uma outra Carol e conquistar o público feminino, que não gostava de mim, tirando essa imagem que sou apenas uma mulher sensual. Não sou só isso, tenho muitos outros atributos. Eu sou atriz também. Estudei para isso e fiz teatro. As pessoas, às vezes, não sabem porque eu comecei como panicat. Foi a forma que eu encontrei de mudar a realidade da minha família e conseguir espaço. Sou muito grata à oportunidade que o programa me deu.”

ASSÉDIO

Carol tem consciência de que, essa imagem que muitas pessoas tinham dela, era reflexo do modo que o programa Pânico tratava as mulheres na época.

“O programa em si tinha um cunho muito machista. Na época, a gente não via dessa forma. Hoje o público evoluiu muito e a gente consegue olhar para trás e ver o quanto era machista. Sofri muito machismo no programa e nas matérias que eles pediam para a gente fazer”, avalia. Nos bastidores, Carol tinha que lidar com assédio tanto de fãs como de colegas.

“Muitas pessoas julgavam que toda assistente de palco era garota de programa. Muitas fazem esse tipo de coisa para ganhar mais dinheiro mesmo. Recebi muitas propostas tentadoras principalmente na época do Pânico. Propostas milionárias que se eu tivesse aceitado estaria com uma vida de rainha hoje em dia. Mas nunca quis me sujeitar a isso. Não julgo quem faz, o corpo é dela e ela faz o que quiser”, conta.

“Sofri muito assédio nos bastidores da TV. Muitas pessoas com cargos maiores tentaram me comprar de alguma forma. Tentavam me convencer a fazer tal coisa, convidavam para vinho... Diretores davam algumas indiretas de coisas que poderia fazer para conseguir algo melhor, mas nunca me submeti a isso.”

CURVAS

Apesar das curvas consideradas "perfeitas" aos olhos do público, Carol e as outras panicats eram avaliadas e humilhadas semanalmente pela direção da atração.

“Tinha muita pressão para ter o corpo perfeito. Toda semana antes de entrar no ar, o diretor ia no camarim, apontava os nossos defeitos na frente uma da outra, dizia quem estava gorda, com celulite... Uma vez, ele me falou, na frente de fãs, que eu estava com celulite e que a minha bunda estava cheia de buraco. Já o vi humilhar meninas por ter estrias ou por estar com o cabelo feio. Tinha bastante cobrança”, relembra.

Carol chegou até a fazer algumas loucuras para ficar com o corpo padrão como dietas bem restritas e o uso de anabolizantes.

“Tanto por causa do Pânico quanto pelo Carnaval, sofria aquela pressão de estar com o corpo perfeito. Tinha que dançar e não ter uma celulite, ser durinha, perfeita... Entrei em muitas neuras. Comecei a fazer dietas absurdas, que me deixaram traumatizadas. Antes do Pânico, também fiz uso de anabolizantes porque queria o corpo dos sonho. Carrego até hoje os danos no corpo. A voz modificou, tive muita queda de cabelo, excesso de suor e espinhas. Meu joelho doía pelo excesso de carga que eu pegava”, relata ela, que hoje tem hábitos mais saudáveis.

“A mulher pode ter celulite e estrias, mas vai ser bonita do mesmo jeito... Esses padrões de beleza de antes caíram por terra. Tanto é que hoje não faço mais dietas, apenas costumo comer saudável. No fim de semana, me permito tomar meu vinho e comer a minha pizza porque não tenho mais essa cobrança pelo corpo perfeito.”

TRABALHOS SENSUAIS

Hoje em dia, Carol diz fugir de trabalhos como o que fazia como assistente de palco do Pânico. Mesmo assim, ela não descartaria voltar a fazer um ensaio sensual como o que fez para a Playboy, em 2013.

“A Playboy fazia um trabalho artístico e bonito. Tenho na minha veia a sensualidade, apesar de tentar diminuí-la. Talvez se o cachê fosse muito bom, faria. Na época que fui capa, o cachê me ajudou a conquistar algumas coisas. Abri uma loja de roupas, que tive por um tempo, comprei um carro importado. Eu nem sabia dirigir e nunca tinha tido um carro. Foi a realização de um sonho, mas se fosse hoje, faria de forma diferente. Não aproveitei bem o dinheiro. Gastei com bobagens. Teria investido em algo para me dar um renda fixa mais para a frente, como tenho feito hoje”, avalia.

Ela sonha em ficar milionária e poder ser mãe logo. “Meu sonho é ficar milionária. Ainda não fiquei, mas pretendo ficar trabalhando e investindo. Meu outro sonho é ter um filho. Estou com 30 anos e namorando, sinto muito essa vontade de casar e de ser mãe. Mas primeiro preciso fazer muito dinheiro porque criar uma criança no Brasil não é fácil. Estou me programando.”