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Gonzagão 100 anos: CD terá músicas inéditas do Rei do Baião
Gonzaga foi o primeiro a gravar música que consagrou Geraldo Vandré<br />
19/12/2012 06h06
Canções inéditas na voz de Luiz Gonzaga serão lançadas no CD O Samba do Rei do Baião, em fase final de produção. A informação é do jornalista Assis Ângelo, pesquisador e biógrafo de Gonzaga.
Apesar do nome, o disco inclui fado, marchas carnavalescas, mazurca e outros gêneros. É um trabalho conjunto do pesquisador de Ângelo com Andrea Lago e Socorro Lira. Esta última é solista junto com Oswaldinho do Acordeom.
O lançamento faz parte das comemorações do centenário de Luiz Gonzaga. A produção artística de Luiz Gonzaga contém 625 gravações, além de composições que ele nunca gravou, mas que chegaram a fazer sucesso na voz de outros intérpretes entre os quais Cyro Monteiro, Jamelão e a portuguesa Ester de Abreu.
Muitos registros nesse sentido foram garimpados pelo jornalista em pesquisas no exterior, incluindo países da Europa e da América Latina. O pesquisador é dono de uma coleção que reúne livros, revistas, partituras, discos, vídeos, transmissões de entrevistas concedidas a emissoras de rádio e de televisão, além de documentos, na maioria sobre música popular brasileira (MPB).
Algumas dessas preciosidades registram a alegria do forró de Luiz Gonzaga e a reprodução de Asa Branca. A toada emociona pelo lamento triste de uma condição vivida pelo sertanejo da caatinga em tempos de seca e pela bela sequência na harmonia das notas. A música foi criada em 1947, período em que o filho de Januário mudou o visual e começou a aparecer em suas andanças pelo país em trajes estilizado à semelhança do Rei do Cangaço, Lampião.
Asa Branca virou praticamente um hino entre os clássicos de MPB, adotada como base de ensino nos conservatórios. “É a música mais regravada do cancioneiro brasileiro. Quem mais chega perto em volume de regravações é o chorinho Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro”. A canção acaba de ser regravada por um grupo coreano. A música tem inspiração no “folclore nordestino, especialmente, do estado de Pernambuco, onde Luiz Gonzaga aprendeu a cantar e a tocar ainda menino”, conta o pesquisador.
Em um fim de tarde, ele e o parceiro compuseram Baião, que foi gravado em em inglês, por Carmem Miranda, em 1950. Outras composições ganharam sotaques estrangeiros como Paraíba e Baião de Dois em japonês, por Keiko Ikuta,, em 1958; e Juazeiro, na voz da cantora de jazz norte-americana Peggy Lee, em 1953.
Nessa última regravação, os nomes dos autores não foram citados e eles nunca receberam os direitos. Bem que Humberto Teixeira, advogado e poliglota, tentou corrigir a falha. Foi aos Estados Unidos exigir os direitos autorais, mas a Justiça americana deu a causa por perdida sob o argumento de tratar-se de uma reprodução do folclore brasileiro. Assis observa que Carmélia Alves, a rainha do Baião, que morreu neste ano, foi a cantora brasileira que levou o Baião para o mundo.
No Brasil, Asa Branca foi gravada pelo cantor e compositor Geraldo Vandré, em 1965, e por Caetano Veloso, em 1971. Luiz Gonzaga foi o primeiro a gravar Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, de Geraldo Vandré. “O próprio Vandré, em seguida, soltou o disco dele, um compacto que foi imediatamente recolhido pela censura. O do Gonzaga não, e é uma gravação muito bonita”, diz o jornalista.
Apesar do nome, o disco inclui fado, marchas carnavalescas, mazurca e outros gêneros. É um trabalho conjunto do pesquisador de Ângelo com Andrea Lago e Socorro Lira. Esta última é solista junto com Oswaldinho do Acordeom.
O lançamento faz parte das comemorações do centenário de Luiz Gonzaga. A produção artística de Luiz Gonzaga contém 625 gravações, além de composições que ele nunca gravou, mas que chegaram a fazer sucesso na voz de outros intérpretes entre os quais Cyro Monteiro, Jamelão e a portuguesa Ester de Abreu.
Muitos registros nesse sentido foram garimpados pelo jornalista em pesquisas no exterior, incluindo países da Europa e da América Latina. O pesquisador é dono de uma coleção que reúne livros, revistas, partituras, discos, vídeos, transmissões de entrevistas concedidas a emissoras de rádio e de televisão, além de documentos, na maioria sobre música popular brasileira (MPB).
Algumas dessas preciosidades registram a alegria do forró de Luiz Gonzaga e a reprodução de Asa Branca. A toada emociona pelo lamento triste de uma condição vivida pelo sertanejo da caatinga em tempos de seca e pela bela sequência na harmonia das notas. A música foi criada em 1947, período em que o filho de Januário mudou o visual e começou a aparecer em suas andanças pelo país em trajes estilizado à semelhança do Rei do Cangaço, Lampião.
Asa Branca virou praticamente um hino entre os clássicos de MPB, adotada como base de ensino nos conservatórios. “É a música mais regravada do cancioneiro brasileiro. Quem mais chega perto em volume de regravações é o chorinho Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro”. A canção acaba de ser regravada por um grupo coreano. A música tem inspiração no “folclore nordestino, especialmente, do estado de Pernambuco, onde Luiz Gonzaga aprendeu a cantar e a tocar ainda menino”, conta o pesquisador.
Em um fim de tarde, ele e o parceiro compuseram Baião, que foi gravado em em inglês, por Carmem Miranda, em 1950. Outras composições ganharam sotaques estrangeiros como Paraíba e Baião de Dois em japonês, por Keiko Ikuta,, em 1958; e Juazeiro, na voz da cantora de jazz norte-americana Peggy Lee, em 1953.
Nessa última regravação, os nomes dos autores não foram citados e eles nunca receberam os direitos. Bem que Humberto Teixeira, advogado e poliglota, tentou corrigir a falha. Foi aos Estados Unidos exigir os direitos autorais, mas a Justiça americana deu a causa por perdida sob o argumento de tratar-se de uma reprodução do folclore brasileiro. Assis observa que Carmélia Alves, a rainha do Baião, que morreu neste ano, foi a cantora brasileira que levou o Baião para o mundo.
No Brasil, Asa Branca foi gravada pelo cantor e compositor Geraldo Vandré, em 1965, e por Caetano Veloso, em 1971. Luiz Gonzaga foi o primeiro a gravar Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, de Geraldo Vandré. “O próprio Vandré, em seguida, soltou o disco dele, um compacto que foi imediatamente recolhido pela censura. O do Gonzaga não, e é uma gravação muito bonita”, diz o jornalista.
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