Após chegar ao Brasil na condição de “sensação” do torneio, a Bélgica teve muitas dificuldades para bater a Argélia em sua estreia, e agora, contra a Rússia, busca retomar o posto de favorito no Grupo H e garantir a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo.

Muito das dificuldades da seleção de Marc Wilmots contra a Argélia se deve a limitações no meio-campo ofensivo. A equipe melhorou muito e só chegou à virada com a entrada de Marouanne Fellaini, do Manchester United, na posição de Mousa Dembele, do Tottenham.

O meia dos Red Devils deve ganhar a titularidade, permitindo ao time variar entre o 4-2-3-1, no qual ele faz a dupla de volantes com Axel Witsel, e o 4-1-4-1, em que ele sobe para a meia e aparece como opção para armar o jogo próximo à grande área ou mesmo para finalizar jogadas, como na vitória do primeiro jogo.

A Rússia também deve antecipar para a formação inicial deste jogo as alterações que deram certo no meio do empate contra a Coreia do Sul. Dessa forma, o camisa 10 e principal estrela da equipe Alan Dzagoev vai para o time titular, assim como o atacante Aleksandr Kerzhakov.

A posse de bola já não se demonstrou uma das virtudes da equipe no primeiro jogo, e deve ser ainda mais dominada pelo adversário no jogo do Maracanã. Assim, os russos devem permanecer muito fechados na defesa, apostando nos contra-ataques.

Vendido pelo Chelsea ao Wolfsburg no início da temporada passada, Kevin De Bruyne revelou-se o principal articulador do ataque da Bélgica, a despeito do maior prestígio dado a Eden Hazard.

É De Bruyne quem tem a responsabilidade de receber a bola de Wistel e Fellaini e deixar Hazard, Chadli e, principalmente, Lukaku em condições de finalizar.

Assim como na partida contra a Coreia, as chances de gol da Rússia devem se resumir a contra-ataques – que, como mostrado pela Argélia, podem funcionar muito bem contra a Bélgica.

Para isso, é preciso que os lançamentos de Dzagoev estejam afiados, mas mais do que isso, que o centroavante Kerzhakov demonstre muita disposição e inteligência para vencer na corrida e livrar-se da marcação de Kompany e van Buyten. Se acertar a movimentação entre a defesa belga, eventualmente o atacante receberá as bolas que podem decidir o jogo a favor dos russos.

Nacer Chadli, colega de Tottenham de Musa Dembele, foi outro dos destaques negativos da Bélgica na estreia. Ainda assim, deve ganhar mais uma chance entre os titulares.

Se mantiver o seu desempenho, a segunda alteração decisiva para a vitória belga deve acontecer: sua saída para a entrada de Dries Mertens. Autor do segundo gol, o jogador do Napoli deu mais velocidade e poder de fogo ao time.

Yuri Zhirkov é ex-jogador do Chelsea e um dos mais prestigiados da seleção russa. Por questões táticas, deve começar no banco. Talentoso para conduzir a bola e com um bom passe, deve entrar no segundo tempo, quando o cansaço deve exigir que as equipes segurem mais a bola.

O alemão Felix Brych, de 38 anos, é um dos árbitros mais experientes desta edição da Copa do Mundo e vai para sua segunda partida na competição. Acostumado aos padrões dos campeonatos europeus, não deve ter problemas para conduzir o jogo entre as duas seleções daquele continente.