Nada de 'Afonso Alves': Dunga muda filosofia e tira centroavante da Seleção
Como Fred não deu certo na Copa do Mundo, está com a idade avançada e atualmente não há herdeiros de confiança para a camisa 9 do Brasil, Dunga já avisou: não pensa em usar, por enquanto, um centroavante de ofício no esquema da Seleção. Tanto que não chamou para os dois amistosos um jogador com essas características.
A medida é uma mudança de rumos em relação à filosofia usada pelo treinador na primeira passagem no cargo, entre 2006 e 2010. E, nessa toada, não vamos ter nenhum "Afonso Alves da vida" de novo na Seleção.
– Temos que refazer o pensamento. Atacante é o que chega lá na frente para fazer o gol. Não importa se é o 3, o 5, o 9. Falamos que temos que modernizar o futebol, mas ficamos às vezes presos.
Existe a possibilidade de jogar com o nove, sem o nove ou com jogadores abertos nas laterais – explicou o treinador, que ainda citou um exemplo alemão para embasar o ponto de vista:
– O Müller jogou como referência no começo da Copa, depois jogou pelas laterais. Temos jogadores dentro desse grupo que podem fazer isso.
O esquema da Seleção caminhava nessa direção nos últimos jogos de Mano Menezes, com Neymar centralizado. Felipão interrompeu o processo e Fred virou titular.
Na convocação, os papeis executados por Diego Tardelli e Ricardo Goulart se encaixam na nova proposta de jogo para o setor ofensivo de Dunga. Enquanto o atleticano atua pelas pontas, mais pela direita, o cruzeirense circula mais pelo meio, chegando à frente sempre que há espaço.
– Tenho esta característica de poder atuar como meia, pelas pontas ou até mesmo como centroavante, que é a que eu menos gosto. Mas pode me colocar em qualquer posição do meio para frente – disse Tardelli.
Pelo visto, Alan Kardec, Luiz Adriano e outros atacantes mais encorpados vão ter que esperar um pouco.