Afastado dos treinos depois de se recusar a assinar contrato com o São Paulo, o meia Lucas Evangelista acertou sua ida para a Udinese. O valor total da negociação é de 4 milhões de euros.

O Tricolor tem direito a 60%, equivalente a 2,4 milhões de euros (R$ 7,1 milhões). A transação foi feita a quatro mãos, em conjunto pelo clube da capital paulista e a Traffic, que vai receber os outros 40% (R$ 4,7 milhões), e ainda tinha os direitos federativos do jogador.
O caso de Evangelista era complicado.

O São Paulo já era dono de 30% do atleta e, tinha a opção de adquirir outros 30% por R$ 700 mil, o que ocorreu neste ano. Na negociação com a Traffic, tudo estava amarrado, inclusive o salário que Lucas passaria a receber do Tricolor. Só que o jovem de 19 anos, auxiliado pelo empresário Wagner Ribeiro, se recusou a assinar.

Ele alegou divergências no negócio original com a Traffic e parou de comparecer ao CT da Barra Funda justamente no momento em que vinha ganhando espaço com Muricy Ramalho.

Entre os garotos revelados no CT de Cotia, ele era um dos que gozavam de maior prestígio com a comissão técnica. Durante o período de treinos nos Estados Unidos, atuou como titular da lateral esquerda, já que o uruguaio Álvaro Pereira estava na disputa da Copa do Mundo.

O São Paulo, por sua vez, alegou que a questão teria de ser resolvida entre Lucas Evangelista e a Traffic. O clube garante que teria como exigir do jovem a assinatura, já que havia ele havia se comprometido a fazê-la em documento, sob pena de multa, mas esperou. A partir do momento em que o meia passou a dizer que não queria mais ficar e perdeu condição de jogo, todos passaram a trabalhar pelo sucesso da negociação.

Como ele não chegou a assinar contrato com o São Paulo após a compra dos outros 30%, seus direitos federativos continuaram ligados ao Desportivo Brasil, clube que a Traffic utiliza para registrar seus jogadores.

A resolução do imbróglio consiste no segundo negócio feito em conjunto por São Paulo e Traffic em menos de 48 horas. Na terça-feira, foi acertada a venda de Douglas para o Barcelona.

A empresa abriu mão de parte do dinheiro que lhe cabia e permitiu que o clube recebesse, à vista, R$ 10,8 milhões. Nos cofres da Traffic, cairá R$ 1,1 milhão imediatamente, e outros R$ 4,4 milhões em três parcelas, a cada 30 jogos que o lateral direito faça por sua nova equipe.

Todos os contratos da transferência de Douglas foram assinados nesta quinta-feira. Com as duas vendas, o São Paulo consegue, no fim da janela de transferências para a Europa, somar R$ 17,9 milhões, o que deve aliviar o caixa nestes últimos meses de 2014.

O clube sofre com a alta folha salarial (chegou a atrasar direitos de imagens) e a falta de um patrocínio master na camisa, problema que só deverá ser solucionado no início do ano que vem.