Fiança, multa, habilitação suspensa e dois processos. Essas são as consequências da tentativa de fuga de uma blitz de trânsito para o atacante Léo Bonatini, de 20 anos, promessa das categorias de base do Cruzeiro, que se envolveu em um acidente na noite de terça-feira (30), quando capotou o veículo no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O jogador, que foi conduzido ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MG), foi liberado após o pagamento de R$ 10 mil.

Além da fiança, Bonatini teve a carteira de habilitação recolhida e recebeu uma multa no valor de R$ 1.915,40, referente à Lei Seca. O jogador fez o teste do bafômetro, que apontou nível de álcool no sangue abaixo do exigido para o flagrante. Encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), Léo Bonatini se recusou a ceder material genético como prova, mas foi analisado pelo médico legista de plantão, que detectou hálito etílico e incapacidade cognitiva (sintomas do uso do álcool, como compreensão verbal e visual).

O cruzeirense responderá por dois processos, sendo um administrativo (teve a habilitação apreendida e suspensa por 12 meses) e outro criminal, por dirigir embriagado e colocar terceiros em risco. A delegada Sandra Figueiredo foi quem conduziu a ocorrência, e as informações são da Polícia Militar.

O acidente

O atacante Léo Bonatini, promessa formada no Cruzeiro com passagem pelas seleções brasileiras de base, foi preso depois de um acidente que, segundo a Polícia Militar (PM), teria ocorrido porque ele estaria fugindo de uma blitz de trânsito. De acordo com a corporação, o atleta de 20 anos tentou escapar em alta velocidade no bairro Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Ainda segundo a polícia, ele perdeu o controle da direção quando tentou fazer uma curva na Avenida Pedro II, atingiu um carro que estava estacionado e capotou. O motorista teria abandonado o local do acidente, mas acabou preso.

Joia da base

Formado nas divisões de base do Cruzeiro, Léo Bonatini sempre teve o tratamento de estrela desde o infantil. Acabou indo para a Itália antes mesmo de se profissionalizar. Com o pai como empresário, houve dificuldades com a diretoria da Raposa para assinar o contrato. E o clima ruim pela alta pedida acabou antecipando o sonho do jovem de jogar na Europa.

Léo Bonatini rumou para Turim por empréstimo em 2012. Mas não houve espaço no Juventus para que o jovem mostrasse o seu talento. Acabou retornando ao Cruzeiro no segundo semestre de 2013. Camisa 9 tradicional, daqueles homens de área, Bonatini obteve passaporte italiano e hoje é um jogador de dupla cidadania. Quando retornou, acabou emprestado ao Goiás, mas foi pouco aproveitado no clube esmeraldino. Reintegrado ao time sub-20 da Raposa este ano, disputou a Taça BH, um dos principais torneios da categoria, e o Campeonato Mineiro de Juniores.

Em agosto do ano passado, prorrogou contrato com o Cruzeiro até 2016. Treinou entre os profissionais por alguns dias, mas acabou reintegrado à equipe sub-20 do clube mineiro. Com passagens pelas seleções de base, foi titular da seleção brasileira sub-17 no Sul-Americano e no Mundial da categoria, em 2011, quando tornou-se o artilheiro do Brasil, com quatro gols. Ao lado de Lucas Piazon, do Chelsea, Ademílson, do São Paulo, e Adryan, do Flamengo, conquistou o torneio continental e ficou em quarto lugar no Mundial. Bonatini estaria na mira do Estoril, de Portugal.