O repasse das cotas do patrocínio do Banco do Brasil à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) está mais uma vez suspenso. O restabelecimento dele, que aconteceu em janeiro, após a assinatura de um aditivo entre as duas partes ao contrato, durou pouco. Já em fevereiro, o banco voltou a suspender o repasse após entender que algumas medidas estabelecidas no novo contrato não foram cumpridas, como divulgou o site da Espn na última sexta-feira.

A reportagem do GloboEsporte.com apurou que uma das principais queixas do Banco do Brasil seria o fato de a CBV ainda não ter aberto processos judiciais para reaver o dinheiro desviado apontado pela Controladoria Geral da União (CGU), o que teria ocorrido na gestão anterior. Em resposta à reportagem, o banco ressaltou que aguarda a implantação de todas as medidas previstas no novo contrato assinado para que possa restabelecer o pagamento das cotas.

“O Banco do Brasil informa que o pagamento das parcelas de patrocínio à Confederação Brasileira de Voleibol está suspenso desde fevereiro de 2015, pelo não cumprimento integral das medidas previstas para o período. O BB segue acompanhando a implantação das medidas e aguarda a demonstração que comprove o cumprimento de todas as ações adotadas pela CBV. A retomada dos pagamentos está condicionada à efetiva implantação das medidas acordadas”.

Apesar de a CBV noticiar, quando da assinatura do aditivo, que tinha um prazo de 90 dias para a implantação das novas medidas acordadas com o Banco do Brasil, esse prazo era apenas para determinados itens. Alguns deles tinham prazo menor. Assim, já em fevereiro, diante do não cumprimento de determinadas exigências, as cotas de patrocínio foram mais uma vez suspensas.

Questionada, a Confederação Brasileira de Vôlei não confirmou e nem negou a suspensão do repasse, e informou os itens que teriam sido cumpridos por ela e que constam do aditivo assinado com o Banco do Brasil. Num deles, cita a “elaboração do plano de ação para implementação de eventuais ações judiciais para ressarcimentos da CBV”, ainda sem efetivas ações em curso.

A CBV ainda afirma que determinados itens cumpridos dependiam da realização da Assembleia Geral Extraordinária realizada na última quarta-feira, dia 13, e encaminhadas ao Banco do Brasil na sexta-feira, 15.

Em seu site, a CBV aponta através de balancetes divulgados de janeiro a março que recebeu um total de R$ 16.322.987 em patrocínios nos três primeiros meses de 2015. Em 2014, a arrecadação com patrocínio somou R$ 75.428.549 e, em 2013, R$ 83.331.703.

Confira a reposta da CBV sobre a suspensão do patrocínio:

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) informa que continua dialogando com o Banco do Brasil. Na busca por melhores práticas de governança corporativa, já foram cumpridos os seguintes compromissos assumidos no aditivo, assinado com o BB em janeiro:

I - publicação do regulamento de contratações;
II - contratação de auditoria independente;
III - criação do comitê de apoio ao Conselho Diretor;
IV - implementação das alterações do estatuto relativas ao Conselho Fiscal;
V - eleição do Conselho Fiscal de acordo com as novas regras estatutárias;
VI - cumprimento dos artigos 18 e 18 A da Lei nº 9.615/98, atendendo as exigências do Ministério do Esporte
VII - aprovação e publicação do código de ética
VIII - aprovação e implantação da ouvidoria
IX - elaboração do plano de ação para implementação de eventuais ações judiciais para ressarcimentos da CBV
X - apresentação da conclusão dos trabalhos de auditoria acerca das contratações
XI - elaboração e apresentação da planilha orçamentária

As evidências do cumprimento dos itens III, IV, VIII e X, que dependiam da realização da Assembleia Geral Extraordinária, foram aprovadas em 13.05.2015, e encaminhadas ao Banco do Brasil nesta sexta-feira (15.05).

A CBV permanece empenhada em atender os anseios por uma gestão do voleibol cada vez mais robusta e transparente.