Um recorde: 15 gols em Copa do Mundo. Não estamos falando de Ronaldo, não. Estamos falando de uma jogadora já eleita cinco vezes melhor do mundo. Marta, a camisa 10 da seleção brasileira. Na última terça-feira, em cobrança de pênalti na vitória por 2 a 0 diante da Coreia do Sul, ela chegou à marca em sua carreira. Igualou o número do Fenômeno em Mundiais e pode ainda bater Klose até o final da competição - o atacante alemão soma 16 gols. História é o sobrenome dela.

- É sempre uma alegria muito grande poder estar fazendo história. A gente sabe que não é fácil chegar a uma marca dessas até porque a gente tem concorrentes de alto nível. Então eu prefiro não me focar muito nisso até porque a gente tem outras partidas e a gente vai estar sempre buscando meu progresso com a equipe toda para que a gente possa buscar os objetivos. Fatla um pouquinho, mas foi legal ter feito gol, foi legal ter ganho a primeira partida. No final de tudo, eu espero que a gente possa comemorar muito mais com esse time - disse Marta.

O espírito de capitã do time já foi assimilado. Na estreia, Vadão precisava de uma jogadora que atuasse com velocidade pelas pontas. Marta logo se ofereceu mesmo sabendo que teria dificuldade no local pelo pouco tempo de treinamento. Aceitou o desafio, foi marcada quase sempre por três adversárias, mas não desistiu. O objetivo sim é dar exemplo ao grupo, cheio de atletas mais jovens e que se espelham em figuras como ela.

- O professor (Vadão) optou por jogar nessa formação e nós atletas temos que estar disponíveis para qualquer situação. Então, estou tentando me adaptar o mais rápido possível, tentando fazer com que eu possa estar sempre em busca do melhor para equipe como capitão e como uma das mais experientes do grupo. A gente busca sempre passar tranquilidade para as mais novas. Estar sempre mostrando que todas são importantes, que todas fazem parte do mesmo sonho e que tem que dividir a responsabilidade juntas. Essa é uma das coisas que tento constantemente. A gente vive em uma democracia então todas têm direito de colocar os seus pensamentos, falar, enfim. Não é por ser a mais velha ou a mais experiente - no caso eu, Formiga e Cristiane - que a gente tem a voz maior no grupo. A gente sabe que influencia muito as meninas mais novas, mas que essa influência seja para o bem da equipe e para o crescimento das atletas - declarou.

Todo o esforço tem um objetivo maior. Mesmo sendo multicampeã individualmente, Marta quer levar o nome do Brasil adiante. Ela acredita que a oportunidade está batendo à porta. O Mundial é seu sonho.

- Meu sonho é conquistar uma Copa do Mundo com a seleção feminina e dar seguimento com as meninas e assegurar a medalha de ouro nas Olimpíadas.