Futebol

Brasileiro de Portugal que errou cavadinha: "Culpa minha"

Por 7 Segundos com Globo esporte 14/06/2015 11h11

Lucão havia acabado de desperdiçar um pênalti, e cabia a um brasileiro a chance de converter uma cobrança e colocar Portugal à frente na disputa que valia uma vaga nas semifinais do Mundial Sub-20. Mas Raphael Guzzo não foi feliz. O volante chutou fraco, no meio do gol, para fácil defesa de Jean. A partir daquele momento, o Brasil disparou para a vitória: acertou dois chutes e viu os lusitanos mandarem para fora outras duas bolas.

A ironia do destino não fez Guzzo se esquivar de entrevistas. No fim da partida, fez questão de parar e falar com os jornalistas. Assumiu a responsabilidade, disse que já treinava tal tipo de batida, mas admitiu que pode mudar seu estilo. 

- Se calhar, não vou voltar a bater pênaltis no meio. Assumo completamente a responsabilidade. Sei que pode ter tido influência no resultado final, causou insegurança nos meus colegas, mas ninguém está mais triste do que eu – disse o camisa 7 de Portugal, visivelmente emocionado, lutando contra as lágrimas. 

Apesar do sotaque totalmente lusitano ao falar, Guzzo nasceu em São Paulo. Ele chegou ainda criança a Portugal – hoje, tem 20 anos – e é cria da base do Benfica. Chegou a ser procurado pelo Brasil, na época em que Alexandre Gallo coordenava a base, mas decidiu seguir carreira na seleção portuguesa. Para o técnico Hélio Sousa, o erro no pênalti não afetará em nada a percepção no país em relação ao jogador. 

- Guzzo é tão português quanto eu. É responsabilidade minha ele ter errado o pênalti. Eu que o escolhi – afirmou.  

Ao comentar a forma como bateu o pênalti, o volante disse que costumava chutar no meio. Ele negou que tivesse tentado uma cavadinha.

- Jamais iria brincar numa situação dessa, representar a seleção... Já tinha batido muitos pênaltis nesta temporada, e a grande parte deles no meio. Infelizmente, hoje (sábado) não consegui marcar. O goleiro esperou até o fim. Queria chutar no meio, mas não podia chutar com muita força, porque ele (Jean) podia pegar com o pé. Tentei tirar um pouco de força, mas ele esperou. Mérito dele, mas eu podia chutar com mais força ou tentar enganá-lo – completou Guzzo.