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Jogadores do ABC mantêm greve e sindicato diz que "não vai haver jogo"

Por Claudio Barbosa com Globoesporte.com 26/10/2017 05h05
Jogadores do ABC mantêm greve e sindicato diz que 'não vai haver jogo'
Jogadores do ABC saem da reunião com o Safern - Foto: Victor Lyra/Globo Esporte

 greve dos jogadores do ABC está mantida e chega ao terceiro dia sem treinos no CT Alberi Ferreira de Matos. Segundo o presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Rio Grande do Norte (Safern), Felipe Augusto Leite, os atletas não entrarão em campo no sábado, no duelo diante do Londrina, válido pela 32ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro - o que implicaria em uma derrota por W.O.

O Alvinegro chegou a apresentar uma contraproposta, que estava sendo debatida em nova assembleia na tarde desta quarta-feira, no escritório de Felipe Augusto. Os jogadores estavam tentados a aceitá-la - o Alvinegro prometeu pagar as dívidas com a antecipação do patrocínio da Caixa Econômica Federal e das cotas de participação na Liga do Nordeste e Copa do Brasil.

Mas, durante a assembleia, o sindicato e os jogadores receberam uma "conta notificação" do clube. O ABC alertava que pagou os atletas e eles, durante a assembleia, conferiram as contas e notaram que apenas "alguns poucos a?tletas da base e que auferem salários ínfimos tiveram créditos em suas contas bancárias", segundo escrito na ata.

Neste documento, o Alvinegro afirmava que, dessa forma, os jogadores estariam "contrariando o art. 482 da CLT" caso não voltassem às atividades. A resposta dos atletas foi a pior possível, segundo o presidente Felipe Augusto Leite, e eles decidiram manter a greve.

Após a decisão, os jogadores deixaram o local sem falar com a imprensa. Um deles gritou de um dos carros: "Vergonha do ABC". Para o presidente do Safern, não há mais o que negociar com a diretoria. Ele alega que o clube "jogou gasolina na negociação" e que o próximo passo será uma denúncia ao Ministério Público Federal "sobre as retenções previdenciárias nos contra-cheques de todos os funcionários, a fim comprovação do devido repasse à União Federal, bem como imediata interposição de Ação Civil Pública na Justiça do Trabalho", como ficou destacado na ata.

- Lamento dizer, mas, com essa diretoria, não tem qualquer tipo de conversa e, muito menos, eu acho que vocês devem dar credibilidade - disse.