Eleições
Fernando Haddad vence Serra e é eleito prefeito de SP
Apadrinhado pelo ex-presidente Lula, ex-ministro concorreu e venceu ex-govenador
28/10/2012 18h06
O ex-ministro da Educação Fernando Haddad é o novo prefeito de São Paulo. Sem nunca ter disputado uma eleição, Haddad entrou na corrida pelas mãos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sai das urnas neste domingo tendo derrotado um dos principais líderes do PSDB, o ex-governador José Serra . Com 92,24% das urnas apuradas, o resultado das urnas dava a Haddad 53,03% dos votos válidos contra 43,97% de Serra.
A vitória de Haddad devolve ao PT o comando da maior cidade do País, perdido há oito anos, quando a então prefeita Marta Suplicy foi derrotada por Serra em sua tentativa de se reeleger. Também ajuda a consagrar dentro do partido o processo de renovação capitaneado pelo próprio Lula e que pavimentou também a eleição da presidenta Dilma Rousseff em 2010.
Ao escolher Haddad como candidato na maior cidade do País, Lula contrariou as principais alas tradicionais do PT de São Paulo. A maior resistência à candidatura do ex-ministro veio por parte do grupo de Marta, que se colocou como adversária de Haddad na disputa interna e só deixou o páreo após uma intervenção de Lula e Dilma. Marta não aderiu à campanha do ex-ministro da Educação enquanto não recebeu como contrapartida o comando do Ministério da Cultura.
Divulgação
Lula enquadrou setores do PT para viabilizar a candidatura de Haddad em São Paulo; ex-presidente e Dilma participaram ativamente da campanha. O grupo de Marta, entretanto, não foi o único a resistir. Aliados do hoje ministro da Educação, Aloizio Mercadante, também operaram internamente contra Haddad. Nesse caso, entretanto, a aceitação, assim como a adesão à campanha, foram mais rápidas.
Para amarrar a candidatura de Haddad, Lula levou nada menos do que três anos. Os primeiros passos foram dados ainda em 2009, quando já estava arrematada a candidatura de Dilma Rousseff. Na época, faltava definir quem seria o candidato do PT ao governo de São Paulo. Foi ali que Lula, ainda presidente, ventilou pela primeira vez o nome de Haddad. O ex-presidente chegou a pedir a líderes da legenda no Estado que “testassem” o desempenho do então ministro em eventos pelo interior paulista. E propôs que seu nome fosse incluído em uma série de reuniões entre a direção partidária e possíveis candidatos ao governo, num esforço para medir o nível das resistências internas.
Haddad chegou a se sentar a portas fechadas com a Executiva do PT. Disse aos colegas que tinha interesse em disputar uma eleição, mas que não teria condições de fazê-lo sem apoio interno. Ele acabou saindo da reunião defendendo a candidatura Mercadante, que depois receberia do próprio Lula um pedido para se lançar na corrida estadual.
Nas últimas semanas, quando a vitória do ex-ministro já era tida como praticamente certa, líderes petistas já anteviam uma mudança nos discursos dos que lá atrás se posicionaram contra a candidatura de Haddad. "Quem era contra agora vai ter ouvir quieto", disse um dirigente do partido. Marta, por exemplo, foi além. Neste domingo, ao conversar com jornalistas depois de votar, elogiou o "tino político" e a "intuição" de Lula por ter insistido na candidatura do ex-ministro da Educação.
A vitória de Haddad devolve ao PT o comando da maior cidade do País, perdido há oito anos, quando a então prefeita Marta Suplicy foi derrotada por Serra em sua tentativa de se reeleger. Também ajuda a consagrar dentro do partido o processo de renovação capitaneado pelo próprio Lula e que pavimentou também a eleição da presidenta Dilma Rousseff em 2010.
Ao escolher Haddad como candidato na maior cidade do País, Lula contrariou as principais alas tradicionais do PT de São Paulo. A maior resistência à candidatura do ex-ministro veio por parte do grupo de Marta, que se colocou como adversária de Haddad na disputa interna e só deixou o páreo após uma intervenção de Lula e Dilma. Marta não aderiu à campanha do ex-ministro da Educação enquanto não recebeu como contrapartida o comando do Ministério da Cultura.
Divulgação
Lula enquadrou setores do PT para viabilizar a candidatura de Haddad em São Paulo; ex-presidente e Dilma participaram ativamente da campanha. O grupo de Marta, entretanto, não foi o único a resistir. Aliados do hoje ministro da Educação, Aloizio Mercadante, também operaram internamente contra Haddad. Nesse caso, entretanto, a aceitação, assim como a adesão à campanha, foram mais rápidas.
Para amarrar a candidatura de Haddad, Lula levou nada menos do que três anos. Os primeiros passos foram dados ainda em 2009, quando já estava arrematada a candidatura de Dilma Rousseff. Na época, faltava definir quem seria o candidato do PT ao governo de São Paulo. Foi ali que Lula, ainda presidente, ventilou pela primeira vez o nome de Haddad. O ex-presidente chegou a pedir a líderes da legenda no Estado que “testassem” o desempenho do então ministro em eventos pelo interior paulista. E propôs que seu nome fosse incluído em uma série de reuniões entre a direção partidária e possíveis candidatos ao governo, num esforço para medir o nível das resistências internas.
Haddad chegou a se sentar a portas fechadas com a Executiva do PT. Disse aos colegas que tinha interesse em disputar uma eleição, mas que não teria condições de fazê-lo sem apoio interno. Ele acabou saindo da reunião defendendo a candidatura Mercadante, que depois receberia do próprio Lula um pedido para se lançar na corrida estadual.
Nas últimas semanas, quando a vitória do ex-ministro já era tida como praticamente certa, líderes petistas já anteviam uma mudança nos discursos dos que lá atrás se posicionaram contra a candidatura de Haddad. "Quem era contra agora vai ter ouvir quieto", disse um dirigente do partido. Marta, por exemplo, foi além. Neste domingo, ao conversar com jornalistas depois de votar, elogiou o "tino político" e a "intuição" de Lula por ter insistido na candidatura do ex-ministro da Educação.
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