Educação
Ufal aponta novas propostas para regularização das Casas de Cultura
Universidade tem até 2015 para atender exigências
07/04/2013 08h08
Na manhã da última sexta-feira, 5, estiveram reunidos com o reitor da Universidade Federal de Alagoas, Eurico Lôbo, representantes das Casas de Cultura de Alagoas, da Faculdade de Letras (Fale) e dos 6 mil estudantes matriculados nos cursos de língua estrangeira. A reunião teve como finalidade discutir providências a serem tomadas após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que exigiu a regularização do quadro de professores. Atualmente, o projeto oferta oito cursos e atende a população em geral, mas conta com a atuação de profissionais terceirizados – uma infração à Constituição Federal Brasileira.
Também participaram do encontro o assessor jurídico da Ufal, Fábio Marroquim, e o diretor administrativo da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão em Pesquisa (Fundepes/AL), Roberto Jorge Vasconcelos. Ambos esclareceram que o projeto deve ser regularizado até o final de 2015, sem que as Casas de Cultura sejam fechadas.
Segundo Marroquim, o primeiro passo é o fim da contratação de terceirizados. “A Constituição Federal determina que só podem ser efetivados profissionais que são aprovados em concursos públicos. Isso não é mera vontade do administrador. É vedada à administração pública a terceirização de profissionais para o desempenho do trabalho final da instituição. No caso da Ufal, o viés é a educação. Portanto, não é permitido que a universidade terceirize professor. Assim, devem atuar no projeto apenas docentes da Fale e alunos da graduação e da pós-graduação aptos a atuarem como estagiários”, ressaltou.
O assessor jurídico da universidade também tranquilizou professores e alunos sobre informação veiculada na imprensa alagoana, que anunciou prazo de 90 dias para a solução do problema. Os dados divulgados geraram polêmica, mas correspondem à documento encaminhado para a Ufal há dois anos. “Em 2010, o TCU [Tribunal de Contas da União] deu 90 dias para resolvermos a situação, mas conseguimos prorrogar o prazo. Nós chegamos ao fim do novo contrato em dezembro do ano passado. Agora, fizemos novo acordo com a Procuradoria Federal, com prazo até 31 de dezembro de 2015 para resolvermos toda a situação. Se a gente conseguir ajustar isso, será bom pra todos os envolvidos”, esclareceu Marroquim.
Para atender às exigências do TCU, a universidade precisa reduzir a oferta de matrículas para os cursos de idiomas. Como a mão de obra estará restrita a professores da Fale e a alunos da faculdade, o contingente de beneficiados deve ser compatível ao de profissionais. Em 2013, a previsão é de redução de 25% das vagas, por semestre. A posterior ampliação do quadro de professores não é competência da universidade, mas do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Roberto Jorge Vasconcelos destacou que o desligamento dos terceirizados é um processo necessário. “Da nossa parte, a proposta não é fechar as Casas de Cultura, mas demitir os profissionais terceirizados. Dói diminuir o quadro de professores, mas é uma determinação legal. Os docentes serão demitidos devido às exigências do TCU, não por vontade da Ufal”, destacou o diretor da Fundepes.
Permanência das atividades
A vontade de dar continuidade ao processo de formação qualificada em língua estrangeira foi unanimidade entre os presentes. O reitor Eurico Lôbo enfatizou a importância do projeto desenvolvido no Estado de Alagoas e o interesse da instituição pelo programa.
“A universidade tem que se estruturar para dar condições adequadas de formação em idiomas. Verificamos que o País não tem jovens qualificados para o processo de internacionalização. Quem tem domínio em outras línguas são os filhos da classe média alta, mas nós temos que pensar no coletivo, em quem não tem oportunidades. Nós defendemos a permanência das Casas de Cultura, mas temos que seguir a lei, para não sermos responsabilizados juridicamente”, salientou Eurico Lôbo.
De acordo com o diretor do Espaço Cultural, Sérgio Onofre, as modificações previstas não visam ao encerramento das atividades do projeto. “Eu entendo a angústia dos professores que estão nessa situação e que irão perder o emprego, mas o discurso de que a Ufal quer acabar com as Casas de Cultura é uma inverdade. Nosso caminho é reduzir o número de matrículas. Seria ótimo manter o formato atual e ampliar as vagas, mas isso foge ao poder da reitoria. É uma esfera que cabe ao Governo Federal, por meio de concursos. O discurso da universidade é de extensão, não de extinção das atividades”, refletiu.
O intuito é atender legalmente à demanda do Estado de Alagoas, para dar continuidade à oferta de línguas estrangeiras. Juliana Costa representa os 6 mil estudantes que atualmente são beneficiados pelo projeto, e defende a permanência das atividades. “Nós sabemos que essa decisão foi do TCU e que a Reitoria está com as mãos amarradas, porque segue determinação de órgãos superiores. Mas é importante lembrar que não há, em nenhum outro Estado, um modelo como o das Casas de Cultura de Alagoas. Temos um Estado carente, que tem uma joia rara e não pode desperdiçá-la”, lembrou.
Novas propostas
Eliane Barbosa, diretora da Fale, apresentou duas propostas para o problema. O material ainda será avaliado tecnicamente, para que seja verificada a possibilidade legal de ser utilizado como resolução para o impasse. O documento sugere a implantação do Núcleo de Línguas da Ufal e o apoio à criação de uma cooperativa formada pelos professores terceirizados das Casas de Cultura.
“A primeira proposta é a criação do Núcleo com ofertas de cursos para as comunidades acadêmica e externa. Para isso, contaríamos com a mão de obra de estudantes, técnicos e professores da Ufal. A segunda é o apoio ao grupo de terceirizados no período de transição para o novo modelo privado, para que eles possam dar continuidade aos serviços do projeto por meio da Fundepes ou de uma cooperativa”, pontuou Eliane Barbosa.
A administração da universidade prossegue com análises técnicas e jurídicas de propostas, em busca de soluções para o problema. “Todos sabem que, recentemente, a universidade reformou as Casas de Cultura, o que mostra nosso interesse pelo projeto. Quando eu prorrogo o prazo para 2015, eu assumo uma responsabilidade e um risco. Teremos que analisar todas as propostas e solucionar questões operacionais”, reforçou Eurico Lôbo.
Também participaram do encontro o assessor jurídico da Ufal, Fábio Marroquim, e o diretor administrativo da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão em Pesquisa (Fundepes/AL), Roberto Jorge Vasconcelos. Ambos esclareceram que o projeto deve ser regularizado até o final de 2015, sem que as Casas de Cultura sejam fechadas.
Segundo Marroquim, o primeiro passo é o fim da contratação de terceirizados. “A Constituição Federal determina que só podem ser efetivados profissionais que são aprovados em concursos públicos. Isso não é mera vontade do administrador. É vedada à administração pública a terceirização de profissionais para o desempenho do trabalho final da instituição. No caso da Ufal, o viés é a educação. Portanto, não é permitido que a universidade terceirize professor. Assim, devem atuar no projeto apenas docentes da Fale e alunos da graduação e da pós-graduação aptos a atuarem como estagiários”, ressaltou.
O assessor jurídico da universidade também tranquilizou professores e alunos sobre informação veiculada na imprensa alagoana, que anunciou prazo de 90 dias para a solução do problema. Os dados divulgados geraram polêmica, mas correspondem à documento encaminhado para a Ufal há dois anos. “Em 2010, o TCU [Tribunal de Contas da União] deu 90 dias para resolvermos a situação, mas conseguimos prorrogar o prazo. Nós chegamos ao fim do novo contrato em dezembro do ano passado. Agora, fizemos novo acordo com a Procuradoria Federal, com prazo até 31 de dezembro de 2015 para resolvermos toda a situação. Se a gente conseguir ajustar isso, será bom pra todos os envolvidos”, esclareceu Marroquim.
Para atender às exigências do TCU, a universidade precisa reduzir a oferta de matrículas para os cursos de idiomas. Como a mão de obra estará restrita a professores da Fale e a alunos da faculdade, o contingente de beneficiados deve ser compatível ao de profissionais. Em 2013, a previsão é de redução de 25% das vagas, por semestre. A posterior ampliação do quadro de professores não é competência da universidade, mas do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Roberto Jorge Vasconcelos destacou que o desligamento dos terceirizados é um processo necessário. “Da nossa parte, a proposta não é fechar as Casas de Cultura, mas demitir os profissionais terceirizados. Dói diminuir o quadro de professores, mas é uma determinação legal. Os docentes serão demitidos devido às exigências do TCU, não por vontade da Ufal”, destacou o diretor da Fundepes.
Permanência das atividades
A vontade de dar continuidade ao processo de formação qualificada em língua estrangeira foi unanimidade entre os presentes. O reitor Eurico Lôbo enfatizou a importância do projeto desenvolvido no Estado de Alagoas e o interesse da instituição pelo programa.
“A universidade tem que se estruturar para dar condições adequadas de formação em idiomas. Verificamos que o País não tem jovens qualificados para o processo de internacionalização. Quem tem domínio em outras línguas são os filhos da classe média alta, mas nós temos que pensar no coletivo, em quem não tem oportunidades. Nós defendemos a permanência das Casas de Cultura, mas temos que seguir a lei, para não sermos responsabilizados juridicamente”, salientou Eurico Lôbo.
De acordo com o diretor do Espaço Cultural, Sérgio Onofre, as modificações previstas não visam ao encerramento das atividades do projeto. “Eu entendo a angústia dos professores que estão nessa situação e que irão perder o emprego, mas o discurso de que a Ufal quer acabar com as Casas de Cultura é uma inverdade. Nosso caminho é reduzir o número de matrículas. Seria ótimo manter o formato atual e ampliar as vagas, mas isso foge ao poder da reitoria. É uma esfera que cabe ao Governo Federal, por meio de concursos. O discurso da universidade é de extensão, não de extinção das atividades”, refletiu.
O intuito é atender legalmente à demanda do Estado de Alagoas, para dar continuidade à oferta de línguas estrangeiras. Juliana Costa representa os 6 mil estudantes que atualmente são beneficiados pelo projeto, e defende a permanência das atividades. “Nós sabemos que essa decisão foi do TCU e que a Reitoria está com as mãos amarradas, porque segue determinação de órgãos superiores. Mas é importante lembrar que não há, em nenhum outro Estado, um modelo como o das Casas de Cultura de Alagoas. Temos um Estado carente, que tem uma joia rara e não pode desperdiçá-la”, lembrou.
Novas propostas
Eliane Barbosa, diretora da Fale, apresentou duas propostas para o problema. O material ainda será avaliado tecnicamente, para que seja verificada a possibilidade legal de ser utilizado como resolução para o impasse. O documento sugere a implantação do Núcleo de Línguas da Ufal e o apoio à criação de uma cooperativa formada pelos professores terceirizados das Casas de Cultura.
“A primeira proposta é a criação do Núcleo com ofertas de cursos para as comunidades acadêmica e externa. Para isso, contaríamos com a mão de obra de estudantes, técnicos e professores da Ufal. A segunda é o apoio ao grupo de terceirizados no período de transição para o novo modelo privado, para que eles possam dar continuidade aos serviços do projeto por meio da Fundepes ou de uma cooperativa”, pontuou Eliane Barbosa.
A administração da universidade prossegue com análises técnicas e jurídicas de propostas, em busca de soluções para o problema. “Todos sabem que, recentemente, a universidade reformou as Casas de Cultura, o que mostra nosso interesse pelo projeto. Quando eu prorrogo o prazo para 2015, eu assumo uma responsabilidade e um risco. Teremos que analisar todas as propostas e solucionar questões operacionais”, reforçou Eurico Lôbo.
Últimas notícias
MORADORES PREJUDICADOS
Falta de energia impacta fornecimento de água em Campestre
Proteção às mulheres
Leonardo Dias destaca ações de combate à violência contra mulheres
CELEBRIDADE
Coisa de mulher? Mônica Martelli expõe desculpa de ex para não fazer oral
Operação Línguas sujas
Fiscalização identifica mais dois pontos de esgoto irregular na Ponta Verde
CONFIRA!
500 vagas para PcD: Rio Largo realiza nesta quinta (28) Mutirão Vaga Inclusiva de Trabalho
Polêmica
Cabo Bebeto critica ‘uso’ da UFAL para apresentações de cunho sexual
Vídeos e noticias mais lidas
Fabiana Lira
Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação
PAGAMENTO
12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira
Homicídio
Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha
Violência
Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
Caso desvendado