Franceses acompanham jogo na Casa Bleue, no Jóquei Clube do Rio
Turistas, franceses que moram no Rio de Janeiro e brasileiros com ascendência francesa estão reunidos no Jockey Clube, na Gávea, zona sul da cidade. Eles assistem em um telão ao último jogo da França na primeira fase da Copa do Mundo 2014, contra o Equador. O evento, chamado de Casa Bleue, em referência à cor da seleção francesa, reúne cerca de 1.200 pessoas em um clima de troca cultural com os brasileiros.
Ao invés de bebidas tradicionais e pratos da gastronomia francesa, estão sendo servidas caipirinhas, cerveja e o cardápio normal do restaurante Empório Pax, que cedeu suas instalações para o evento. Apesar disso, a lanchonete do restaurante registra grande procura por croissants e quiches de queijo, em vez dos de camarão e frango, preferidos dos brasileiros.
Um telão foi montado em um dos salões do restaurante, e muitos assistem ao jogo sentados no assoalho de taco. O hino da França, a Marselhesa, foi cantado em som bem alto e muito aplaudido pelos presentes, antes do início da partida.
Antes do jogo começar, o clima era bem tranquilo, com muitas pessoas aproveitando a vista da arquibancada do Jóquei Clube para fumar, beber uma cerveja e ler jornais esportivos franceses, distribuídos gratuitamente.
“Ao estádio da conquista”, era a manchete do jornal L'Équipe, referindo-se ao Maracanã, onde a França voltará a jogar se chegar à final da Copa.
Entre os torcedores estava a médica Barbara Bousso, de 37 anos, que tem dupla nacionalidade, francesa e brasileira. Casada com um francês, ela tem uma filha de três anos, que nasceu no período em que morou na França. Para Barbara, é uma novidade assistir a jogos em grupo com os franceses, porque o marido sempre preferiu ver sozinho as partidas, em casa.
Ela se mostrou animada com o desempenho da França na Copa, e falou que pagará o quanto for preciso para comprar um ingresso para assistir a um jogo da França na próxima fase da Copa. “Me disseram que seria muito difícil, por isso nem tentei comprar, mas me arrependo muito. Queria muito estar no Maracanã”, disse a médica, que tomava conta da filha. Em sua primeira Copa do Mundo, a menina está aprendendo a torcer, tanto para o Brasil como para a França.
Christophe Picamilh, estudante de engenharia, francês de 21 anos, está no Brasil fazendo intercâmbio desde fevereiro. Juntamente com amigos que vieram para a Copa do Mundo, ele aproveitava o ambiente francês para torcer por seu país.
O estudante torce para que a França enfrente o Brasil, e lamenta que esse encontro não possa acontecer na final. Depois de seu país ter se saído bem nos primeiros dois encontros, ele afirma que teria mais medo de encarar o Chile do que o Brasil, nas etapas seguintes da Copa.
“Há muita pressão sobre o Brasil. O Chile vai jogar sem nada a perder. Seria um adversário mais dificil”, disse.
Sobre a eliminação de outros times europeus, como a Itália, a Espanha e a Inglaterra, Picamilh disse que lamenta, apesar da rivalidade no continente. “É uma pena que tenham saído tão cedo do Mundial. Até pela rivalidade, seria mais emocionante que eles continuassem”.
O estudante avalia a França como o país europeu que teve mais facilidade em se classificar, embora reconheça que isso se deve ao fato de o Grupo E ter sido mais fraco.