Polícia apura se outros servidores ajudavam nas fugas de presos no Maranhão
Após prisão temporária, hoje (15), do diretor da Casa de Detenção do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), Cláudio Barcelos, a Polícia Civil e as secretarias de Segurança Pública (SSP) e de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) do Maranhão querem saber se outros servidores ou funcionários ajudavam nas fugas de presos do maior estabelecimento prisional do estado.
Investigado há mais de um ano, Barcelos é acusado de facilitar a fuga de presos e de permitir que, mediante cobrança, detentos deixassem a Casa de Detenção e retornassem após cometerem crimes encomendados por lideranças das organizações criminosas locais. Entre os presos a quem o diretor teria facilitado a fuga estão os assaltantes de bancos Paulo Leandro Maciel da Silva, Rodrigo Bezerra Lima Nunes e José Wilson Pereira.
Além da detenção de Barcelos em seu próprio gabinete, na Casa de Detenção, policiais civis da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) apreenderam documentos e computadores em sua casa. Barcelos já foi afastado do cargo e prestou depoimento na Seic. A corregedoria da Sejap instaurou procedimento administrativo para apurar os fatos.
Logo após a prisão de Barcelos, o vice-presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do estado, César Castro Lopes, disse à Agência Brasil que o episódio revela que, ao contrário do que já declararam o secretário de Justiça e Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa, e pessoas próximas a ele, a eventual corrupção de agentes e inspetores penitenciários concursados não é a principal causa das constantes fugas, rebeliões e assassinatos de presos.
“A crise do sistema penitenciário maranhense tem uma única causa: falta gestão”, disse o sindicalista. Segundo ele, “a maioria dos responsáveis pelas unidades mais problemáticas do estado – como as que compõem o Complexo de Pedrinhas – não faz parte do quadro de servidores de carreira da administração penitenciária. São pessoas de confiança do secretário e do governo. Logo, também podemos dizer que a principal fonte de corrupção, se houver, não está entre os servidores, mesmo que seja confirmado o envolvimento de algum deles”.
No seu entender, o governo estadual tem alocado recursos suficientes para ao menos reduzir parte dos problemas, como a superlotação de estabelecimentos penitenciários, e recebido apoio federal, como a presença, no interior do Complexo de Pedrinhas, de soldados da Força Nacional, e ressalta que há pouco menos de um ano o sindicato entregou a Uchôa um documento com sugestões para tentar conter a crise do sistema penitenciário maranhense.
Entre as principais sugestões estava a contratação, por meio de concurso público, de mais agentes e inspetores penitenciários, e a regionalização do sistema para que os presos possam ser mantidos próximos às suas famílias – o que pode ajudar a diminuir o grau de insatisfação dos detentos e, portanto, a chance de rebeliões. Segundo o próprio Lopes, a principal recomendação era justamente aquela que o sindicato considerava mais urgente e de mais fácil implementação: separar os integrantes das duas facções criminosas que disputam o controle do narcotráfico no estado.
Procurada, a Sejap informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria as críticas do sindicato. Por motivos de segurança, o governo maranhense também não quis comentar a estratégia de combate às organizações criminosas e os planos de ampliação das vagas no sistema carcerário.
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