Mais de 100 mil moradores das cidades de Arapiraca, Girau do Ponciano, Campo Grande, Olho D’ Água Grande e Lagoa da Canoa estão sem água desde a semana passada depois que o promotor público aposentado Sílvio Meneses colocou cadeados nas cancelas das terras que possui, em São Brás, onde existe uma Estação de Tratamento de Água (ETA), impedindo que os técnicos da Casal façam o tratamento da líquido que chega às torneiras da população.

De acordo com que foi apurado pela reportagem do 7segundos, a Casal já conseguiu uma liminar que obriga o promotor aposentado abrir as portas da Fazenda Santa Sé, mas ela não foi cumprir, até o fechamento desta reportagem, tendo em vista que a Justiça não conseguiu encontrar Sílvio Meneses para notifica-lo e ele ter ciência da decisão.

“Centro, São Luiz, Cacimbas e Primavera, que correspondem à parte baixa de Arapiraca, além de outras cidades aqui do Agreste, estão sem o abastecimento normal de água por conta desse problema. Também por conta disso, a ETA está comprometida e só opera, hoje, com 30% de sua capacidade. Se isso persistir por muito tempo, pode haver um colapso na estrutura da estação e prejudicar ainda mais a situação”, declarou o gerente da unidade de negócios da Casal, engenheiro Tácito Marques, que afirmou só poder falar da parte técnica da situação.

“O que posso falar é sobre a parte técnica. As questões de Justiça e coisas do tipo não são comigo e não tenho como opinar, até porque não sei os detalhes”, disse Tácito Marques.

Gerente passa a “bola” para Maceió

Procurado pela reportagem, o gerente da Casal em Arapiraca, Júlio Meneses, também se esquivou de comentar o assunto, alegando que quando chegou na cidade a ETA já passava pelas terras do promotor e não sabe dar detalhes sobre o problema. Júlio pediu para que o 7segundos procurasse a assessoria de comunicação da Casal.

Por telefone, a assessoria da empresa afirmou que a direção da Casal, que tem à frente Álvaro Meneses (segundo a assessoria, é apenas uma coincidência os dirigentes da Casal e o promotor terem o mesmo sobrenome), só irá se manifestar depois que o departamento jurídico da Casal tomar pé da situação.

“A empresa não sabe de liminar ou algo do tipo. O Jurídico da Casal vai tomar pé da situação e só depois disso é que iremos nos pronunciar”, disse a assessoria de comunicação, que também não pôde explicar se houve autorização do promotor para a construção da ETA na Fazenda Santa Fé e se existiu qualquer acordo entre Sílvio Meneses e Casal.

O 7segundos também procurou a assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual para que o órgão e o promotor aposentado pudessem se posicionar a respeito da situação. A assessoria afirmou que não tem contato de Sílvio Meneses, justamente porque não tem contato com os membros do MP que se aposentaram.