Brasil

Beltrame alerta para crescimento desordenado de favelas com UPPs

Por 7 Segundos com Agência Brasil 02/01/2015 15h03

Na inauguração de uma companhia destacada de policiamento na zona oeste do Rio de Janeiro, o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, alertou hoje (2) que o crescimento desordenado de favelas com unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) tem exigido reforços no contingente.

"A gente tem que colocar 100 policiais, mas, daqui a seis meses, tem que colocar 150, 200, um batalhão, e assim sucessivamente, e tudo retorna ao conceito inicial de polícia. E a polícia vai se esgotar em si própria", disse o secretário. Ele apontou que o problema é mais acentuado nas comunidades com UPPs na zona sul, como o Pavão-Pavãozinho e o Cantagalo. "Familiares trazem parentes para essas áreas. É um lugar central, interessante, onde tem geração de empregos", salientou.

Para o secretário, é preciso pensar em ações de urbanização, como construção de moradias, e não apenas remover as pessoas das comunidades. "A desordem urbana é potencialmente uma trincheira para os marginais e para esconderem armas. Um único marginal [nessa situação] pode causar nas pessoas uma sensação de intranquilidade muito grande", disse Beltrame, e adiantou que algumas UPPs tiveram que receber reforço de mais um terço do contingente inicial, por causa do crescimento desordenado.

Ao fim da cerimônia de inauguração, o secretário disse que muitas companhias destacadas de policiamento (CDPs), como a inaugurada no bairro do Itanhangá, serão entregues à população. Diferentemente das UPPs, as CDPs são vinculadas aos batalhões da região e contribuem para descentralizar o poder, segundo o secretário. "O morador vai ter um policiamento permanente, assim como tem UPP", enfatizou, apontando que as UPPs são instaladas em comunidades com características específicas, que levam em conta o poderio bélico dos criminosos e a quantidade de suspeitos prevista pela Secretaria de Segurança.

Cinco comunidades serão atendidas pela CDP do Morro do Banco, que terá 80 policiais e oito viaturas. A sede da companhia foi instalada em um prédio cedido pela organização não governamental Aldeia SOS, e, segundo o comandante da unidade, tenente Anderson Colombo, a repressão ao crime organizado, nas comunidades em torno do Morro do Banco, estará entre as principais preocupações. A CDP é vinculada ao 31º Batalhão de Polícia Militar, que atende a região da Barra da Tijuca.