CPLA segue em busca de alternativas para superar crise na produção leiteira
A pecuária leiteira de Alagoas passa por um momento delicado com a suspensão de fornecimento de mais de 70 mil litros de leite por dia para a indústria de Laticínio Sabe Ltda, de Sergipe.
Com o baixo consumo durante as festividades de fim de ano e a dificuldade de comercializar em supermercados, segundo informações do presidente da CPLA, Aldemar Monteiro, a cooperativa se mobiliza junto aos produtores para encontrar alternativas e superar a instauração da crise.
"De imediato, a alternativa que temos a reabertura da fábrica da Camila, em Batalha, para reverter a situação. Enquanto isso, os técnicos estão buscando alternativas de vendas para evitar o desperdício e prejuízo histórico entre os produtores da bacia leiteira", informou.
Contenção de gastos
De acordo com o produtor Diogo Brandão, de Jacaré dos Homens, a situação é extremamente delicada. "Com mais de 13 anos de experiência no setor, não tinha visto o que aconteceu repentinamente com a produção de leite, a crise é geral. Ninguém quer leite. Tive que demitir 5 funcionários,cortar gastos. Não tem como manter a produção sem coleta na fazenda. O produtor está desestimulado", desabafa.
No início de dezembro, na propriedade de Brandão, era produzido o percentual diário de mil litros por dia. Na segunda quinzena esse volume caiu para 700 e hoje menos de 500 litros estão sendo coletados.
"Os primeiros sintomas da crise foram sentidos também em dezembro quando a Sabe derrubou o preço e as outras empresas acompanharam. Hoje estamos oferecendo leite aos pequenos laticínios por R$ 0,70 centavos, mas, não sei eles terão capacidade de absolver tudo", finaliza.
Alternativa
Em sua posse, o Secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura, Álvaro Vasconcelos, declarou a possibilidade de reabertura da Fábrica da Camila em 60 dias. No segmento, a ativação de uma indústria na região, segundo Aldemar Monteira, seria uma medida urgente para normalizar a produção leiteira no estado.