Alagoas

Capitão Coutinho deu uma tapa no rosto do meu filho, afirma Geraldo Cardoso

Por Redação com assessoria 28/06/2015 08h08
Capitão Coutinho deu uma tapa no rosto do meu filho, afirma Geraldo Cardoso
- Foto: divulgação

O cantor Geraldo Cardoso divulgou uma carta à imprensa relatando o incidente com o filho dele de dezesseis anos na última sexta-feira (26) em Maceió.  Na carta Geraldo Cardoso relata que o capitão PM Daniel Simões Coutinho deu um tapa no rosto do filho dele,  esfregou a tarjeta de identificação com o nome do militar no rosto do adolescente além de chamá-lo de maloqueiro. Segundo o cantor Geraldo Cardoso, toda a atitude violenta e desrespeitosa praticada pelo militar foi em função do filho ter estacionado o carro em um espaço destinado aos artistas que iriam se apresentar no São João de Maceió.

Veja abaixo a carta enviada pelo cantor à imprensa: 

 Venho por meio desta carta, expressar toda minha indignação e meu repúdio pela truculência e arbitrariedade com que meu filho, de apenas 16 anos, foi tratado pelo Capitão PM Daniel Simões Coutinho, lotado no Batalhão de Trânsito da Polícia Militar. O infeliz episódio aconteceu na noite desta sexta-feira (26), em Jaraguá.

Depois de me apresentar no Sesc, segui direto com toda equipe para Jaraguá, onde também faria um show no São João Oficial de Maceió. Ao chegar ao local, por trás dos camarins, não encontrei lugar para estacionar meu veículo. Por já estar atrasado, deixei o carro sobre um passeio, dentro do espaço isolado exclusivamente para os artistas e demais pessoas envolvidas na organização do evento, e corri para avisar aos organizadores que já estava presente.

Logo em seguida, pedi ao meu filho que voltasse e fizesse a manobra para tentar estacionar o veículo em um espaço adequado, repito, dentro da área reservada aos artistas e demais pessoas envolvidas no evento. E assim ele o fez. Mas quando já estava voltando a pé, já perto da entrada de acesso que leva aos camarins, meu filho foi abordado pelo Capitão PM Daniel Simões Coutinho, do Bptran.

O oficial, em uma atitude claramente tendenciosa, exigiu o documento do veículo e a habilitação do meu filho. Prontamente meu filho respondeu que o documento do carro se encontrava no interior do veículo e que não tinha habilitação, pois era menor de idade, mas o pai  estava  no camarim e que iria me chamar . O oficial exigiu, então, a carteira de identidade, que também não estava de posse do meu filho. De imediato o militar reagiu bruscamente, e disse que ele estava se negando a dar documento a policia, o chamando  de maloqueiro.
Meu filho respondeu dizendo que não era maloqueiro e pediu para que os policiais me chamassem, afinal de contas, eu sou o pai e respondo por ele.

No entanto, em mais uma conduta duvidosa, o oficial não só negou o pedido, como também arrastou o meu filho para a viatura. Nervoso com o absurdo que estava acontecendo, meu filho tentou se desvencilhar e acabou sendo agredido covardemente pelo Capitão Daniel Simões Coutinho, com uma tapa no rosto.

Não satisfeito, o Militar voltou a agredir meu filho quando ele quis visualizar sua identificação no uniforme. Em mais um ato de completo despreparo, o Capitão Coutinho simplesmente arrancou a tarjeta de identificação e esfregou no rosto do menino gritando que o nome dele era Coutinho. O garoto foi algemado e jogado dentro da mala da viatura, como se fosse um bandido perigoso.

Só depois de tudo isso fui finalmente comunicado. Ao chegar ao local, tentei dialogar com os policiais, pedi desculpas por uma eventual falha no comportamento do meu filho e me coloquei à disposição para assumir todas as consequências por ter entregue a chave do carro para meu filho manobrar, ainda que em um espaço reservado exclusivamente aos artistas e demais organizadores do evento, onde não havia tráfego de veículos e nem de pedestres.

No entanto, meus apelos também foram ignorados e meu filho permaneceu algemado dentro da viatura por mais de uma hora, até ser levado para a delegacia, sob a acusação de desacato.
A mim não restou outra alternativa que não fosse pedir o adiamento do meu show. Precisava acompanhar meu filho e também não tinha mais condições emocionais de levar alegria com a minha música, quem é pai pode imaginar o quanto é doloroso ver seu filho sendo tratado, injustamente, como um marginal e não poder fazer nada. Peço desculpas aos meus fãs por isso.
Outro absurdo é que meu carro foi guinchado, apesar de estar completamente regular e de haver várias pessoas devidamente habilitadas que se dispuseram a assumir o volante, inclusive eu.

Na delegacia também fiz um Termo Circunstanciado de Ocorrência contra a guarnição militar e vou tomar todas as demais medidas cabíveis para que esse caso não fique impune, temos várias testemunhas do fato.

Toda a família está muito abalada com o ocorrido. Meu filho chora o tempo inteiro, passou por um constrangimento imenso na frente de várias pessoas. Ele está traumatizado e vai precisar de acompanhamento psicológico pra superar tudo isso.

Mas é vida que segue e o show tem que continuar. Ainda estou me recuperando, mas a agenda vai ser retomada hoje com o show em Jaraguá. Amanhã estarei encerrando o São João do Benedito Bentes e na segunda também tem uma festa particular da Ampal.
Um abraço a todos e obrigado pela compreensão!!!

Geraldo Cardoso – Matuto de Luxo