DCE da Uneal entrega carta aberta ao governador Renan Filho
Representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) continuam na luta a favor da instituição de ensino que, segundo eles, foi esquecida pela atual gestão. O grupo escreveu uma carta aberta ao governador Renan Filho (PMDB) relembrando do documento assinado por ele enquanto candidato ainda em 2014, com os principais problemas enfrentados pela universidade e dos quais ele se comprometeu resolver caso eleito.
Os estudantes serão recebidos pelo governador na tarde desta sexta-feira (14) no Palácio do Governo, em Maceió. Na ocasião, o grupo aproveitará para entregar o documento oficial ao político e exigir mais comprometimento para com a instituição de ensino superior.
Reproduzimos a carta aberta na íntegra abaixo:
CARTA À SOCIEDADE ALAGOANA E AO GOVERNADOR RENAN FILHO
O Diretório Central dos Estudantes vem cobrar ações efetivas para resolver a situação em que se encontra a Universidade Estadual de Alagoas: Sem recursos para incentivar a pesquisa, extensão, eventos acadêmicos/científicos e culturais, sem profissionais (professores e técnicos) para suprir a demanda alagoana. Esta importante instituição que tem formado professores ao longo de mais de 45 anos em todo o Estado e sofre com uma carência de professores jamais vista em sua história. Sabemos da hercúlea tarefa que seria resumir em poucas palavras a grandiosidade da UNEAL, antigas FUNESA e FUNEC, ainda assim destacaremos o imprescindível papel que ela presta a toda Alagoas.
Sabemos que na Uneal, não obstante as atividades de ensino/pesquisa/extensão da Universidade serem comprometidas por falta de profissionais em número suficiente, temos menos de 300 professores e 180 técnicos, e servidores que atuam na IES não usufrui de recursos para pesquisa, extensão, organização de eventos, qualificação profissional, o que limitam as possibilidades de aprendizagem dos seus mais de 5.000 estudantes e contato destes com a sociedade como um todo assim como a interação com a sociedade, a Uneal consegue fazer ações exemplares como é o Caso dos Programas de Educação Indígena, ProCampo, Proesp, assim como o PGP, e dar a toda a sociedade a sua contribuição, mesmo sem o incentivo que merece do estado.
Os discentes também lutam contra tal precariedade no dia a dia, articulando-se com os professores que se dedicam a Pesquisa/Extensão, assim como os Núcleos de Estudos, sem estrutura mínima para funcionamento, pois não é liberada verba de capital para construção dos espaços físicos ou aquisição de mobiliário, e até livros são negados a instituição.
O que nos deixa sem recursos para produzir e/ou apresentar artigos científicos, ou levar extensão a população do estado e a pouquíssima verba que temos muitas vezes vem do Governo Federal, o que mostra que os Governos que tivemos até agora, sem excluir o atual, parece pouco se importar com o que acontece em Alagoas. Mesmo assim, apresentamos artigos científicos, participamos de eventos nacionais, internacionais, conseguimos intercâmbio, não sem muitas dificuldades, entretanto, todas as conquistas da Uneal ensejaram muita irreverência, participação com o nosso querido Estado.
Bem, já é Agosto de 2015 e cabe aqui frisar que já é de conhecimento do Governador, ao menos desde 2010, a situação da nossa Instituição, época em que utilizou o espaço da Câmara Federal para denunciar o descaso qual esta importante Autarquia estadual sofria, na época do Governo Téo Vilela: sem professores em número suficiente, sem estrutura física, com pouquíssimos técnico-administrativos, sem plano de cargos e carreiras, com o menor orçamento de todo o Brasil.
Acontece hoje que embora apresentada toda aquela preocupação verbalmente expressada, não se transformaram em ações. Estamos até então sem notar quaisquer avanços para afirmarmos que nossa situação melhorou. Infelizmente mudou-se de Governo e a situação continua: hoje com o Governo Renan Filho; alias, em certos aspectos está pior, perdemos os vigilantes, há menos incentivo a produção e muitas vezes SEQUER TEMOS AULA!
Alguns cursos têm somente 01 (UM) DIA DE AULA POR SEMANA, por não terem professores. Estudantes chegam no 4a período somente tendo visto 07 ou 08 disciplinas, não vêem disciplinas sequer para 3o período. Cursos com somente 02 professores. Repetimos: não mudou tal precariedade. O compromisso do Governador, no item 41 o quadro de vagas não supre de maneira alguma a carência da Uneal, mas até agora nem isso.
O compromisso de CRIAR A PRÓ-REITORIA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, conforme item 12 da pauta, foi ignorado pelo Governador, na estruturação da Lei Delegada, compreendemos que isto é verdadeiro descaso com os mais de 5.000 alunos da instituição, dos quais, grande maioria viaja mais de uma hora para chegar a Universidade, vindo direto do trabalho, seja na agricultura, pesca, comércio, serviço público em outros municípios e até outros estados, sem muitas vezes ter local para almoçar, ou jantar. Este órgão pode contribuir para criaçao e execução de Políticas de Assistência Estudantil a longo prazo, mas a CRIAÇÃO DA PRÓ-REITORIA DE ASSISTENCIA ESTUDANTIL DEVE SER PARA JÁ.
Em relação a verba da Uneal, o comprometido pelo Governo foi de R$500.000,00, no primeiro semestre, sem prejuízo dos encaminhamentos da Autonomia Financeira. Portanto, aumentar R$ 144.000,00, sem encaminhamento da Autonomia ainda é muito pouco quando comparamos ao que a IES precisa.
Precisamos neste segundo semestre de ao menos R$600.000,00, para de fato estimular a pesquisa, extensão, atividades culturais, concluir os Núcleos de Estudos. E do compromisso do Governo para encaminhar a Autonomia Financeira, com percentual mínimo do Estado para poder funcionar sem ingerências de governos. Sem isto, seremos uma instituição voltada para a formação de profissionais comprometidos com o estado, mas com cabrestos medievais, que dependerão da boa vontade (sempre inexistente) de governos para permitir que as pesquisas, extensões e demais atividades acadêmicas possam se realizar e a população alagoana ser beneficiada com este Direito Social Fundamental que é a Educação.
Do Sertão ao Agreste, da Zona da Mata ao Litoral, todos os municípios que mais crescem tem uma importante participação da Uneal. Podemos considerar a fundamental participação dos incontáveis professores formados pela instituição, que atuam em todo o Estado, assim como os bacharéis na área de Zootecnia, Administração, Contabilidade ou Direito.
Sem sombra de dúvida soma-se a isto o estratégico papel que a Uneal exerce para o desenvolvimento do Estado e o compromisso que esta Universidade tem com os três milhões de alagoanos que dependem da oferta do ensino público voltado para a cidadania apresentando uma alternativa para os índices catastróficos que nosso sofrido estado vem apresentando, tanto na saúde, segurança e educação.
Em suma, precisamos urgentemente, que sejam atendidos os 12 pontos de pauta assinado pelo Governador, e vamos registrar algumas das razões:
- Da Nomeação dos 100 professores para completar o quadro mínimo de vagas previsto em 2003, visto turmas terem aula às vezes 01 dia por semana, cursos com 02 professores efetivos entre outros problemas, vamos demorar mais de 06 anos para concluir um curso que duraria 04 anos;
- Do aumento da verba para pesquisa, extensão organização de atividades científicas entre outros para no mínimo R$530.000,00 comprometidos;
- Criação da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil, visto o compromisso do governador ser na elaboração da Lei Delegada e até o momento não ter entrado nesta Lei os respectivos cargos, é preciso retificar ou editar adendo a esta Lei para criar a Pró-Reitoria;
- Manutenção do Recurso do Proinvest para Construção de União dos Palmares, Residência Estudantil de Santana do Ipanema;
- Encaminhamento da Autonomia Financeira, nos moldes discutidos para que possamos continuar ampliar a Uneal, a Universidade precisa ter recursos vinculados ao Estado de Alagoas e não depender da vontade dos Governos que por aqui passarem;
- Plano de Cargos e Carreira para os Professores e Técnico-administrativos: os servidores estão deixando a instituição devido aos baixos salários e falta de incentivo em suas formações, tanto nossos professores, como técnicos;
- Concurso para técnico-administrativos, hoje existem cursos sem Secretário e setores que mal funcionam devido à carência de Técnico-administrativos: não temos livros e quando chega algum exemplar não temos bibliotecário para catalogar;
- Recursos para Compra de Referência Bibliográfica Básica, porque além da nota da avaliação cair junto ao MEC, a aprendizagem muitas;
- Construir o Campus de Arapiraca, que ainda funciona somente em prédio junto ao Costa Rego, e considerando que já temos terreno doado desde o ano 2012, carecendo de recursos para construção;
- Ampliar os Campi de Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema e São Miguel e Maceió, para atender as demandas destes municípios e regiões no a políticas públicas de ensino;
Desta forma, enquanto estudantes, trabalhadores, agricultores, servidores públicos, indígenas, enquanto alagoanos, ratificamos a essencialidade da Uneal para o desenvolvimento do seu estado e da sua população, e que o tratamento do Governador Renan Filho com a Uneal não está diferente do que foi nos governos anteriores, de sucateamento da instituição. Para mudar este quadro precisamos urgentemente, que nossos doze pontos de pauta sejam atendidos.
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