Violência

Turistas são agredidos por comerciantes na praia de Porto de Galinhas

Casal de Mato Grosso precisou da ajuda dos salva-vidas do município para deixar o local

Por Folha de Pernambuco 28/12/2025 17h05
Turistas são agredidos por comerciantes na praia de Porto de Galinhas
Turistas agredidos em Porto de Galinhas - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um casal de turistas do Mato Grosso foi agredido por comerciantes, nesse sábado (27), na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Uma equipe de salva-vidas do município precisou intervir para conter as agressões e retirar Johnny Andrade Barbosa e Cleiton Zanatta do local.

Segundo informações de pessoas que estavam na praia durante a confusão, comerciantes da área teriam cobrado um valor acima do combinado anteriormente para ceder cadeiras. Os barraqueiros, por outro lado, alegaram que os homens teriam saído sem pagar, iniciando o tumulto que terminou em agressão.

Em cenas que circulam nas redes sociais, é possível ver um dos homens bastante ferido no rosto. “Chegamos à praia e um rapaz foi nos atender, conduzindo a gente até a barraca. Ele ofereceu os serviços por R$ 50, com duas cadeiras e um guarda-sol. Na hora de pagar, ele nos cobrou R$ 80. Falei que não era justo e que pagaria os R$ 50”, iniciou uma das vítimas.

“Ele juntou a cadeira e jogou em mim. Depois, vieram 10, 15 em cima de mim, dando vários pontapés. Não tive reação. Cleiton, meu companheiro, saiu correndo para pedir ajuda porque não tinha policiamento em volta para nos ajudar. O Corpo de Bombeiros estava do lado, mas não fizeram questão de ajudar da maneira correta. Deixaram a gente apanhar e só depois que viram que a gente ia ser linchado (é que reagiram). Foi um crime que fizeram com a gente”, relatou um dos turistas, em vídeo publicado pela página Blog do Zau.

Mais tarde, na rede social pessoal, Johnny fez um agradecimento especial aos salva-vidas. "Se não fossem por eles, nós estaríamos mortos. Foi um massacre. Uma atrocidade", revelou. "Sei que Porto de Galinhas é um lugar maravilhoso, que recebe turistas do Brasil inteiro. Mas, enquanto estiver essa situação, não venham para cá. O hospital não tinha um raio-x. Tivemos de ser transferidos. Não tinha ambulância", lamentou Cleiton.

A dupla indicou que vai processar a Prefeitura de Ipojuca e o estado de Pernambuco. "Espero nunca mais pisar nesse lugar. Recebemos relatos de outras pessoas que passaram pela mesma situação que a gente. As pessoas não podem passar por isso. A praia é linda, mas se continuar assim não terá mais turismo em Porto de Galinhas", pontuou Cleiton.

Em nota, a Prefeitura do Ipojuca se pronunciou sobre o caso, indicando que "repudia e lamenta o episódio ocorrido em Porto de Galinhas, envolvendo turistas e trabalhadores da praia, que resultou em agressões físicas".

"Trata-se de um fato grave e incompatível com os valores de respeito, acolhimento e hospitalidade que norteiam o destino. Os órgãos competentes já apuram o ocorrido para identificar os envolvidos e adotar as medidas legais cabíveis. Desde o primeiro momento, houve atuação rápida das equipes de salva-vidas e da Guarda Municipal, garantindo a segurança no local e evitando o agravamento da situação", apontou.

"A gestão municipal realiza um trabalho contínuo de ordenamento da orla. Nos últimos meses, foram intensificadas ações integradas de fiscalização e organização turística, incluindo o recadastramento de ambulantes, reuniões com barraqueiros e a entrega de crachás de identificação com QR Code, iniciativa que será ampliada a todos os trabalhadores da orla. A Prefeitura reafirma seu compromisso com um turismo responsável, seguro e organizado, e seguirá atuando de forma integrada para preservar Porto de Galinhas como um destino acolhedor para moradores, trabalhadores e visitantes", completou.

Também em nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) declarou que quando as forças de segurança chegaram ao local, a situação já estava controlada. As vítimas foram socorridas por equipes de guarda-vidas civis da gestão municipal e encaminhadas para atendimento.

"A apuração do caso é tratada como prioridade, com o objetivo de identificar e responsabilizar todos os envolvidos. A investigação de lesão corporal está sob responsabilidade da Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Divisão Especial de Apuração de Homicídios (DEAH), que iniciou de imediato os trabalhos investigativos e segue atuando para o completo esclarecimento dos fatos. A SDS destaca, ainda, que a Polícia Militar de Pernambuco está atuando com um esquema reforçado de policiamento ostensivo em Porto de Galinhas e Maracaípe, no município de Ipojuca, com atuação integrada do 18º Batalhão da PM (18º BPM) e do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur)".