Avião russo cai no Egito e mata 224 pessoas
Um avião russo caiu na península do Sinai, no Egito, neste sábado (31), minutos após a decolagem, com 217 passageiros e sete tripulantes a bordo. Todos os ocupantes da aeronave morreram, anunciou a embaixada da Rússia no Cairo. As causas do acidente ainda são desconhecidas.
O avião, um Airbus A321-200 da companhia Kogalimavia (conhecida como Metrojet), decolou às 3h51 (1h51 no horário de Brasília) da região turística de Sharm el-Sheikh, no mar Vermelho, com destino a São Petesburgo, na Rússia, onde deveria aterrissar pouco depois do meio-dia local (7h de Brasília). A maioria dos passageiros era formada por turistas russos.
O órgão de aviação russo Rosaviatsiya afirmou, em nota oficial, que o avião deixou de fazer contato com o controle aéreo do Chipre 23 minutos após a decolagem e desapareceu do radar em seguida. Neste momento, o aparelho estava a 30 mil pés de altitude (9.144 m).
A autoridade de aviação civil do Egito confirmou que destroços do avião foram localizados numa área montanhosa na região de Hassana, ao sul da cidade de Arish, norte do Sinai.
Membros das equipes egípcias de busca e resgate encontraram mais de cem corpos, incluindo de cinco crianças, em meio aos destroços, disse um oficial no local à agência de notícias Reuters.
"Agora vejo uma cena trágica. Um monte de mortos no chão e muitos morreram ainda atados a seus assentos", afirmou o oficial, que pediu anonimato.
"O avião foi dividido em dois, uma parte pequena na extremidade da cauda que queimou e uma parte maior que colidiu com uma rocha. Tiramos pelo menos cem corpos e o resto ainda está no interior", acrescentou.
Segundo a Airbus, a aeronave tinha 18 anos e vinha sendo operada pela Metrojet desde 2012. O avião tinha acumulado cerca de 56 mil horas de voo em quase 21 mil voos.
Parentes choram
O presidente russo, Vladimir Putin, expressou suas "profundas condolências" às famílias das vítimas e ordenou o envio de equipes de emergência russas para o local da queda.
"Estou esperando os meus pais. Eu falei ao telefone com eles quando já estavam no avião, e então ouvi as informações [do acidente]", lamenta Ella Smirnova, uma jovem de 25 anos de idade no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo.
"Vou continuar a esperar até o final. Espero que estejam vivos, mas talvez nunca mais voltarei a vê-los", declarou em meio a outros passageiros à beira das lágrimas.
Estado Islâmico atua na região
O avião caiu no centro da Península do Sinai, reduto do ramo egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que cometeu vários ataques contra as forças de segurança locais. Mas a alta altitude em que o contato foi perdido com a aeronave torna improvável a hipótese de que ele foi atingido por um foguete ou um míssil, de acordo com especialistas.
O último acidente aéreo no Egito foi em janeiro de 2004 e fez 148 mortos, incluindo 134 turistas franceses. Um Boeing-737 da empresa egípcia Flash Airlines caiu no mar Vermelho, poucos minutos depois de decolar do aeroporto de Sharm el-Sheikh.
Desde o início em 2011 da revolta que derrubou Hosni Mubarak do poder, o turismo está fraco e as autoridades tentam relançar de todas as maneiras esse setor vital da economia egípcia.
Apesar da instabilidade política do país e os atentados jihadistas contra as forças de segurança no norte do Sinai, os resorts do mar Vermelho, no sul da península, continuam sendo um dos principais destinos turísticos do país e muito frequentados por turistas russos e do leste europeu, que chegam diariamente a bordo de vários voos fretados.