Alvo da Lava Jato, Biu de Lira vai pedir votos para reeleição de Rui ?
As investigações da Lava Jato contra o senador Benedito de Lira anotam um detalhe relevante. Biu não era um candidato ao Senado conhecido em julho de 2010, quando Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e o doleiro Alberto Yousseff fizeram uma transação para que a campanha dele ganhasse R$ 400 mil divididos em duas parcelas de R$ 200 mil.
Ora, Ricardo costumava investir em campanhas de políticos de destaque. Por que então gastar dinheiro com Biu?
As respostas estavam no contrato do PP, partido do senador, com a Petrobras. Naquele mês de julho de 2010, Biu disputava o Senado com Heloísa Helena e Renan Calheiros. Havia duas vagas. Biu foi o mais votado e, antes, teve um rápido crescimento nas pesquisas.
Havia até quem dissesse que o desempenho do dançarino de Junqueiro nos palanques tivesse peso na campanha. Parecia um truísmo.
Cinco anos depois, e após a suspensão do sigilo, determinada pelo Supremo Tribunal Federal, no último dia 9 sobre o inquérito, os mistérios começam a ser revelados.
Biu e o filho Arthur, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, foram denunciados ao Supremo, estão sob investigação, e os efeitos disso nas eleições do próximo ano, quando Arthur é candidato à reeleição, são imprevisíveis.
O deputado buscará o retorno a Brasília para manter o foro por prerrogativa de função e claro a influência na capital federal irradiada na administração pública.
Mas o futuro dele- se Eduardo Cunha for arrastado também pela Lava Jato- pode mudar esta composição.
Biu ainda vai encarar o palanque ao lado de Rui Palmeira (PSDB), em uma campanha onde o prefeito insistirá ser ficha limpa.
É quase uma esquizofrenia eleitoral. Ou o museu de novidades da política provinciana do nosso país.