Ufal aponta relação do fenômeno ?Alta Bolívia? com as fortes chuvas no Nordeste
O dinamismo do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) tem projetado a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em avançadas pesquisas na área das ciências atmosféricas. O mais recente estudo foi publicado pela Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos (Eumetsat) e trata sobre a relação existente entre o fenômeno conhecido como “Alta” da Bolívia” e a intensificação das chuvas na Região Nordeste.
A pesquisa envolveu o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e foi realizada pelos pesquisadores Humberto Barbosa, do Instituto de Ciências Atmosféricas (Icat) da Ufal e coordenador do Lapis; Salomão Medeiros, do Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e Carlos Silva Neto, do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).
Sob a coordenação do professor Humberto Barbosa, o estudo científico proporcionou, ainda, a participação da equipe do Laboratório da Ufal formada por estudantes de graduação e do Programa de Pós-graduação do Mestrado em Meteorologia.
Os dados utilizados pela pesquisa obtidos a partir da Estação de Recepção de Baixo Custo do Sistema EumetCast da Eumetsat, foram fornecidos pelo Lapis, que é dotado, em sua estrutura física, de uma antena parabólica, um amplificador conversor de baixo ruído, uma placa de recepção de vídeo digital via satélite e um software de ingestão e organização dos dados instalado em um computador de configuração intermediária.
Ao destacar o fenômeno “Alta Bolívia”, Humberto Barbosa explica que é um anticiclone (centro de alta pressão) que ocorre, durante o verão, na alta troposfera sobre a América do Sul. Segundo o professor, para a identificação do sistema foram utilizadas imagens do satélite Meteosat-10 e cartas sinóticas de altos níveis (em 250 hPa) dos dias 7 e 8 de janeiro. “Evidenciamos a circulação anticiclônica situada ao longo do sudoeste da Amazônia, perto da Bolívia, destacando o fenômeno na alta troposfera”, diz.
Ele acrescenta que na costa brasileira também se observou o centro de baixa pressão (cavado) sobre o Atlântico Sul. “Estes são os primeiros indícios de que a "Alta da Bolívia" está atuando sobre o Nordeste, induzindo o aumento das chuvas na região e modificando as precipitações em outras regiões do Brasil”, frisou Humberto.
Formação de recursos humanos
A pesquisa tem como objetivo gerar elementos técnicos para subsidiar o projeto aprovado Análise e Previsão dos Fenômenos Hidrometeorológicos Intensos do Leste do Nordeste Brasileiro. O projeto foi aprovado pela Chamada Conjunta Capes/ Cemaden/MTCI- Edital Pró-Alertas nº 24/2014.
O estudo em desenvolvimento é organizado em rede e apresenta as seguintes linhas específicas: desenvolvimento de produtos derivados de informações de satélites ambientais e radares meteorológicos; aprimoramento do uso de tecnologias de sensoriamento remoto, e suas aplicações em áreas de risco de desastres naturais; e aprimoramento de métodos de monitoramento e previsão de eventos hidrometeorológicos extremos.
O projeto tem como objetivo apoiar a formação e capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento de produtos derivados de informações de satélites ambientais, e em cooperação internacional entre os Programas de Pós-Graduação de Meteorologia da Ufal e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
Estão também na cooperação, a organização europeia Eumetsat e o Sistema EumetCast, este de baixo custo de difusão de informações por satélite, em tempo quase real. “O EumetCast foi projetado para distribuir imagens do MSG, de observaçõesin situ, de produtos e de serviços do Programa GEOSS (Global Earth Observation Systems of System) a usuários que disponham de uma infraestrutura mínima em qualquer ponto do planeta”, enfatizou o pesquisador Humberto Barbosa.
Conheça a Eumetsat
Sediada na Alemanha, a Eumetsat é uma organização intergovernamental criada por meio de uma convenção internacional formada atualmente por um total de 30 Estados-membros europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça e Turquia.
Mais informações sobre as ações do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), no site.
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