Saúde

Incontinência urinária pode ser tratada com exercícios específicos

Por Redação com assessoria 28/02/2016 15h03
Incontinência urinária pode ser tratada com exercícios específicos
- Foto: Neide Brandão/Divulgação

Você conhece alguém que precisa urinar com frequência, que perde urina ao caminhar, correr, ou mesmo sorrir e quando sente vontade de ir ao banheiro tem que fazê-lo com urgência? Pessoas com esses sintomas podem ter ou estar desenvolvendo incontinência urinária, que tem tratamento e pode ser tratada com exercícios fisioterapêuticos específicos.

Clarissa Costa, fisioterapeuta do Hospital Geral do Estado (HGE), relatou que a fisioterapia, através da reeducação funcional do assoalho pélvico, atua na prevenção e tratamento das incontinências urinárias e tem sido apontada como procedimento de primeira escolha, evitando ou postergando o processo cirúrgico.

“É um tratamento menos invasivo, e proporciona ao paciente melhora ou cura do grande desconforto que é a incontinência. A fisioterapia dispõe de vários recursos para o tratamento, como eletroestimulação perineal, exercícios de conscientização, de fortalecimento do assoalho pélvico, biofeedback, tratamento comportamental, entre outros”.

A especialista explicou que, a eletroestimulação, dependendo do tipo de frequência da corrente utilizada pode tanto inibir o músculo detrusor, diminuindo a frequência das micções, como fortalecer o períneo evitando a perda indesejada da urina.

Segundo Clarissa, a contração do assoalho pélvico não é algo fácil de fazer para muitos, “o desconhecimento dessa musculatura por parte do paciente torna a conscientização etapa obrigatória. Os exercícios de conscientização são importantes porque a maioria dos pacientes não é capaz de realizar uma contração somente com comando verbal. O biofeedback, que é uma ferramenta terapêutica que fornece informações com a finalidade de permitir aos indivíduos desenvolver a capacidade de autorregulação, pode ser usado nesta etapa do tratamento”, completou a fisioterapeuta.

A incontinência não é uma doença e sim uma condição multifatorial que atinge homens e mulheres e em diferentes faixas etárias. De acordo com
a fisioterapeuta, nas mulheres são fatores predisponentes as lesões causadas no parto, a deficiência estrogênica, obesidade, entre outras. Já nos homens, em sua maioria, é decorrente de um processo de cirurgia da retirada da próstata.

“Ainda hoje persiste um mito de que a incontinência faz parte da vida da mulher, que é normal após o parto, que faz parte da maturidade, ou no caso dos homens, de que precisam se conformar em ficar incontinentes após a prostatectomia. Assim, essa condição tão constrangedora de perda involuntária de urina, gera consequências avassaladoras na qualidade de vida das pessoas, causando muitas vezes até isolamento social”, enfatiza Clarissa Costa.

A especialista recomendou procurar ajuda médica caso a pessoa sinta perda de urina ao rir, tossir, espirrar e, se a vontade de urinar é tão forte que não dê tempo de chegar ao sanitário ou precise ir ao banheiro urinar por mais de nove vezes por dia.
“O tratamento deve ser feito o quanto antes. Além dos exercícios fisioterapêuticos e da terapia comportamental, pode ser necessário que o paciente precise tomar medicamentos ou, em alguns casos, realizar um procedimento cirúrgico. Uma consulta ao urologista é indispensável e deve ser a primeira coisa que a pessoa, com os sintomas, faça. A incontinência urinaria tem tratamento, seja ele, medicamentoso, cirúrgico, fisioterapêutico ou uma associação de recursos, em prol da qualidade de vida”, aconselhou.

Dados no mundo

A incontinência urinária atinge homens e mulheres principalmente na terceira idade, mas também pode acometer pessoas mais jovens. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a cada 25 pessoas, uma pode ter incontinência ao longo da vida. Mas estima-se que este número seja ainda maior, muitos não procuram ajuda, por receio ou vergonha.

Acredita-se que entre 15% a 30% da população, acima de 60 anos, apresente algum grau de incontinência. As mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver o mal. Metade da população feminina pode desenvolver o problema ao longo da vida, segundo a SBU