Tite aceita convite da CBF e assume a seleção no lugar de Dunga
Um dia depois de anunciar a saída de Dunga na tarde de terça-feira (14), a seleção já tem um novo técnico: Tite. O comandante deixará o Corinthians, que ocupa a quarta colocação no Brasileiro, e passará a comandar o Brasil. A informação foi confirmada pelo presidente do clube paulista, Roberto de Andrade, na tarde desta quarta-feira (15).
"Tite não comanda mais o Corinthians. Ele aceitou o convite da seleção brasileira. No jogo de quinta (contra o Fluminense) não dirige mais o time. Fui a primeira pessoa que ele comunicou, faz duas horas. Achava que ele não iria, fui surpreendido. Não pensei em nomes. Vou pensar nisso agora", afirmou Roberto de Andrade em entrevista coletiva.
O acerto confirma o que já era indicado pelas movimentações da CBF nos últimos dias. Além de Dunga, foi dissolvida toda a comissão técnica da seleção, que teve também a saída do dirigente Gilmar Rinaldi.
Tite se reuniu por três horas com Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, na noite de terça, mas só deu a resposta na quarta, após ouvir a família e conversar com dirigentes corintianos.
Tite na seleção já havia se tornado quase unanimidade entre torcedores nos últimos anos. Após uma breve passagem pelo Al-Wahda, venceu seu primeiro Campeonato Brasileiro pelo Corinthians em 2011. No ano seguinte, se consagrou ao levar o alvinegro à inédita conquista de Libertadores e, na sequência, do Mundial de Clubes.
No fim de 2013 deixou o Parque São Jorge, e esperava o convite da seleção brasileira após a Copa de 2014. A CBF, entretanto, escolheu Dunga, em uma decisão que magoou o ex-corintiano. No ano passado, Tite voltou ao alvinegro, e mais uma vez teve sucesso, conquistando o Brasileiro.
Maus resultados e pressão
A queda de Dunga ocorreu após campanha decepcionante na Copa América Centenário: em um grupo com Haiti, Equador e Peru, o Brasil venceu apenas o primeiro adversário, e acabou ficando pelo caminho ainda na primeira fase da competição.
A derrota contra o Peru por 1 a 0, decisiva para a eliminação, foi marcada por um gol de mão do atacante Ruidiaz. Ao justificar o revés, Dunga chegou a fazer críticas à arbitragem, mas o erro em nada reduziu a pressão.
Nos últimos dias, torcedores, dirigentes da própria CBF e presidentes de federações estaduais passaram a apostar na demissão do tetracampeão mundial. Em entrevista coletiva nesta segunda, Gilmar Rinaldi chegou a afirmar que não haveria mudança, e que via a seleção "no caminho certo". Nesta terça, entretanto, o coordenador técnico da seleção acabou demitido junto ao técnico. "A CBF agradece a dedicação, a seriedade e o empenho da equipe durante a realização do trabalho", disse a entidade, em nota oficial.
Nas Eliminatórias, a situação da seleção também não é confortável: com nove pontos em seis jogos, ocupa a sexta colocação, com apenas 50% de aproveitamento.
Transição
Com a mudança na comissão técnica, Rinaldi ficará até o final desta semana para comandar a transição. "Apesar de eu ser mais administrativo, sou o chefe da comissão, tenho essa responsabilidade e coloquei umas situações agora, na véspera da lista da Olimpíada. Seria egoísmo simplesmente sair. Fico até quinta ou sexta-feira trabalhando para fazer a transição", explica o dirigente.
O dirigente informou que tem uma lista de 93 atletas para a Olimpíada que terá de ser cortada nesta quarta-feira para 35. Segundo ele, será o treinador que fará a opção, mas não deixou claro qual o técnico que trabalhará na relação. Não há definição se fica Rogerio Micale, treinador do Brasil Sub-23, ou se o novo técnico assumiria.
No mesmo anúncio, Rinaldi também avisou que mais um atleta acima de 23 anos foi liberado para disputar a Olimpíada: Douglas Costa, do Bayern de Munique (ALE). O atacante deve se juntar a Neymar e Miranda ou Willian.