Ministro diz que não há risco de terrorismo, e segurança para Olimpíada não muda
O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, afirmou hoje (17) que não há alterações em relação à segurança e à troca de informações entre as agências de inteligência para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em agosto, após a descoberta de mensagens pelo aplicativo Telegram para trocar informações sobre o Estado Islâmico em português. O grupo está sob monitoramento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e, segundo o ministro, não há risco de terrorismo nem motivos para a população se preocupar.
O ministro disse, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), que “a Abin simplesmente confirmou a existência desse site. Nós já tínhamos essa confirmação. Nada de específico, nada de concreto. Todos podem ficar absolutamente tranquilos”. Segundo Moraes, representantes de todas as agências de inteligência, inclusive internacionais, estão em contato 24 horas por dia.
A parte de informação e de inteligência de segurança pública para os Jogos Rio 2016 é comandada pela Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro. Moraes destacou também a parte de segurança de soberania nacional, integrada pelas Forças Armadas e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), inclusive com a Abin.
Terrorismo
Na questão de terrorismo, que envolve tanto a soberania nacional como segurança pública, o ministro afirmou que todas as agências estão trabalhando juntas no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), com intercâmbio de informações permanente. “Não há nenhum risco. Não há nada com que as pessoas possam se preocupar”, disse o ministro, referindo-se não só à segurança no município e no estado do Rio de Janeiro, mas também nas cidades onde haverá jogos de futebol olímpico.
O ministro está aguardando a confirmação da chegada ao Rio de Janeiro de representantes das agências de inteligência que atuarão nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Disse, porém, que eles devem estar na cidade 15 dias antes da abertura dos jogos, marcada para 5 de agosto. Agências de inteligência de 83 países trabalham em conjunto com o Brasil para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Na próxima terça-feira (21), Alexandre de Moraes espera ter a definição final do número de homens da Força Nacional que virão ao Rio para trabalhar nos jogos. Ele lembrou que ontem (16), o presidente interino Michel Temer se reuniu com o governador em exercício, Francisco Dornelles, e o prefeito Eduardo Paes, para tratar do auxílio que será dado ao Rio de Janeiro para a realização do evento. Moraes informou que parte desse auxílio será destinada ao pagamento da gratificação do Regime Adicional de Serviço (RAS) dos policiais militares.
A partir daí, disse que o secretário de estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, poderá definir o número exato de homens da Força Nacional que virão para os Jogos e os locais onde atuarão. “Na terça-feira, nós fecharemos tanto o número da Força Nacional, quanto das polícias locais e das Forças Armadas” acrescentou o ministro.
O ministro da Justiça insistiu que os brasileiros podem ficar tranquilos. Há uma cooperação entre a União, o estado e o município para “que possamos garantir total tranquilidade nessa festa, que será um simbolismo, uma marca do Brasil”. Segundo o ministro, todos os brasileiros ficarão orgulhosos do Rio de Janeiro. Ele acredita que os Jogos destacarão a característica do cidadão do Brasil de respeito à diversidade, às diferenças de religiões e de ideologias. Ele lamentou que nos últimos tempos tenham crescido no país movimentos que tentam “jogar brasileiros contra brasileiros”.
Refugiados sírios
Alexandre de Moraes negou que um programa para receber refugiados sírios tenha sido suspenso pelo ministério. “Nada foi suspenso, porque não existia esse programa”. O que houve, explicou, foi uma declaração do ex-titular da pasta, Eugênio Aragão, de que gostaria de fazer um programa para receber refugiados.
O ministro disse estar em contato com autoridades da União Europeia e da Organização das Nações Unidas (ONU) para verificar as necessidades e a demanda que eles pretendem no Brasil, para, a partir daí, fazer “um projeto real, um programa concreto”.