Adefal registra evasão e perde benefício de gratuidade no transporte urbano
30% dos deficientes deixaram de comparecer à sede; mais de 1.700 pessoas perderam o benefício
A mudança da lei de gratuidade nos transportes coletivos urbanos de Maceió tem prejudicado pacientes que precisam se deslocar dentro da capital para realizar tratamentos médicos. A lei foi publicada em maio do ano passado, e desde então, somente na Associação dos Deficientes de Alagoas (Adefal), já foi identificada uma evasão de 30% dos pacientes devido à perda do benefício.
A lei restringe o número de beneficiários. Até o momento, mais de 1.700 pessoas perderam o acesso ao cartão. É o caso da aposentada, Maria Aparecida, que tem três filhos com paralisia cerebral. Ela precisa ir à Adefal pelo menos três vezes por semana. Com a nova regra, ela agora é obrigada a pagar as passagens.
“Tá sendo difícil. Tem hora que eu pago a passagem, tem horas que eu peço aos motoristas para entrar por trás e eles deixam. E a luta está sendo assim”, afirma.
A evasão tem preocupado o presidente da associação, João Ferreira. “As pessoas com deficiência vem sendo prejudicadas, perdendo o benefício da gratuidade no ônibus para vim realizar o tratamento, e com isso, vemos um número muito grande de pessoas que estão deixando de participar dos tratamentos, devido a perda da carteira”, salienta.
Principais mudanças:
Tem direito a gratuidade famílias que recebem até dois salários mínimos;
Que tenham as patologias enquadradas na lei, como as doenças crônicas;
Que moram em Maceió e são cadastradas no Cadastro Único.
No entanto, segundo a assessora técnica da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Zezilda Accioly, é possível que as pessoas que tiveram o beneficio suspenso recuperem a carteira.
“As pessoas que tiveram o benefício suspenso podem recorrer. Elas podem passar pelos médicos, fazerem a perícia, trazerem os novos atestados, os novos exames, que se enquadrados na lei, terão os cartões já habilitados devolvidos”, diz.
A Adefal, por sua vez, iniciou uma luta para mudar a nova legislação e ampliar o número de beneficiários. “A proposta é que a lei seja modificada, para que volte para pessoas que recebam dois salários mínimos, individualmente”, reivindica.
Confira a reportagem da TV Ponta Verde - SBT: