Menor confessa que matou cabeleireiro porque não recebeu dinheiro de programa
Detalhes sobre o crime foram apresentados nesta segunda-feira pela Secretaria de Segurança Pública
O suspeito de assassinar o cabeleireiro Cícero Alvandir de Moraes, 53 anos, é um menor de 17 anos e teria tirado a vida da vítima porque não recebeu R$ 200 de um programa feito com ele. As informações foram apresentadas nesta segunda-feira (26), pelo Secretário de Estado de Segurança Pública (SSP), coronel Lima Júnior, que considera o caso esclarecido.
O adolescente foi apreendido na última sexta-feira (24) no bairro Vergel do Lago, na parte baixa da capital.
Menor narra o crime à polícia
Durante coletiva, a cúpula da Polícia Civil informou que o adolescente, identificado apenas pelas iniciais E.D.S.G, confessou o crime e a motivação. De acordo com depoimento do menor, ele foi contratado pelo cabeleireiro para um programa sexual e deveria receber o pagamento por isso.
No entanto, segundo o acusado, Cícero Alvandir não pagou o valor acordado, o que resultou em uma discussão. Logo após, o menor teria esfaqueado a vítima. Segundo o coordenador da Delegacia de Homicídios da Capital, delegado Fábio Costa, o adolescente utilizou uma faca de mesa para o crime.
Os golpes atingiram o pescoço da vítima, que tentou se defender e ainda conseguiu tirar a arma do pescoço. O cabeleireiro atingiu o suspeito nos dois braços com um objeto não revelado pela polícia. Após uma luta corporal, Alvandir não resistiu aos ferimentos e morreu dentro da residência.
Ainda segundo o relato do acusado, ele chegou às 21h do dia 17 de setembro na casa de Cícero Alvandir e saiu na madrugada do dia 18, por volta das 2h, após a morte. Ele conta que enrolou o cabelereiro com um lençol, se banhou na piscina e no chuveiro da casa para retirar o sangue e logo após, vestiu uma roupa da vítima.
Acusado já conhecia vítima
Informações dão conta de que o menor demonstrou tanquilidade e temperamento frio, sem apresentar sinais de arrependimento durante o depoimento.
A polícia interrogou amigos e pessoas próximas ao cabeleireiro. Uma delas é um amigo que convivia com Cícero há dois anos. Ele confidenciou à polícia que ficaria com o adolescente na noite do assassinato.
Durante coletiva, a polícia informou também que testemunhas afirmaram que o adolescente já conhecia o cabeleireiro e que inclusive, o menor mantinha um relacionamento amoroso com um amigo de Cícero. Na versão deste amigo, o adolescente costumava roubar as pessoas com quem saía, e que interrompeu o caso com ele quando flagrou ele roubando seus objetos.
Linhas de investigação
A polícia, apesar de chegar ao executor, ainda trabalha com outras linhas de investigação. Uma delas é para saber se há o envolvimento de uma terceira pessoa no crime. Está sendo investigada, ainda, uma pessoa que estaria usando um dos perfis da rede social do cabeleireiro para brincar sobre a morte do profissional.
O adolescente não tem passagem pela polícia e será levado para o internato, onde deve permancer por três anos à disposição da Justiça. Ele será autuado por ato infracional equivalente a homicídio e roubo.
Um inquérito já foi expedido e a internação foi determinada pelo Juiz John Silas, da 8ª Vara Criminal da Capital.