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Argentina busca auxílio do FMI para conter crise

Macri anunciou o apoio financeiro em um pronunciamento televisionado após o peso cair mais de 4% em relação ao dólar

Por JCOnline 08/05/2018 21h09
Argentina busca auxílio do FMI para conter crise
"De forma preventiva, decidi iniciar diálogos com o FMI para que nos conceda uma linha de apoio financeiro", declarou Macri. - Foto: Reprodução/JConline

A Argentina anunciou nesta terça-feira (8) que buscou ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) para enfrentar a grave turbulência de seus mercados, e a diretora do organismo, Christine Lagarde, afirmou que as negociações terão início "em breve". 

"De forma preventiva, decidi iniciar diálogos com o FMI para que nos conceda uma linha de apoio financeiro", anunciou o presidente Mauricio Macri em um pronunciamento televisionado, após o peso cair nesta terça mais de 4% em relação ao dólar na abertura dos mercados. 

O subsecretario de Assuntos Internacionais do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, David Malpass, descartou a iminência de uma crise em um mercado emergente. "Não acredito que estejamos vendo isto (... ) mas acompanharemos de perto as discussões".

No último mês, a depreciação foi de mais de 10%, apesar de o Banco Central ter vendido 8 bilhões de dólares de suas reservas e elevado sua taxa de juros a 40%. 

"Estamos recorrendo ao único caminho possível para sair da estagnação, buscando evitar uma grande crise econômica que nos faria retroceder e prejudicaria a todos", acrescentou.

O peso, que chegou a perder 4,61%, reverteu a queda para apenas 2,66% após o anúncio, e fechou a 22,94 ante a divisa americana. A Bolsa também freou a baixa e fechou em -3,85%. 

"Foram iniciadas discussões sobre como podemos trabalhar juntos para fortalecer a economia argentina e levaremos esses diálogos a cabo em breve", informou Lagarde em uma nota oficial, sem mencionar os eventuais valores do aporte financeiro. De acordo com ela, a Argentina "é um membro valioso" do FMI. 

"Não podemos ainda anunciar os montantes. Neste momento dos diálogos, ainda não falamos de detalhes", indicou o ministro de Economia, Nicolás Dujovne.