Pelé depõe sobre compra de votos na Rio 2016
O ex-presidente Lula também presta depoimento nesta terça (6)
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será ouvido nesta terça-feira (5), às 10h, como testemunha de defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB-RJ). Na mesma condição, Pelé também prestará depoimento a pedido de Carlos Arthur Nuzman. Cabral e Nuzman são réus na Operação Unfair Play, desdobramento da Lava Jato no Rio.
A operação sobre a qual Lula e Pelé vão depor investiga a suposta compra de votos para a cidade sediar os Jogos Olímpicos. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o esquema de corrupção montado pelo ex-governador Sérgio Cabral teria "comprado" votos de dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Ainda segundo as investigações do MPF, foram encontrados indícios de que Nuzman teve participação na negociação. O ex-dirigente chegou a ser preso, mas foi solto após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os procuradores afirmam que um dos votos comprados foi o de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo e, naquele momento, membro do COI. O dinheiro teria sido entregue ao filho dele, Papa Massata Diack. Lamine Diack, segundo o MPF, pode ter repassado parte dos valores para comprar mais votos.
Compra de votos da Rio 2016
O pagamento aos membros do COI teria sido feito pelo empresário Arthur Soares, também conhecido como Rei Arthur, que está foragido. Soares tinha negócios de R$ 3 bilhões com o Estado do Rio e era próximo ao ex-governador.
Já Cabral teria se beneficiado de contratos firmados para as obras olímpicas. O MPF sustenta que o ex-governador pedia 5% de propina sobre o valor de todas as obras.
Cabral nega as acusações e afirma que jamais recebeu propina. Sobre a suposta compra de votos, o ex-governador considera um "acinte" da vitória "consagradora" do Rio.
"O RJ foi eleito com uma diferença de 40 votos com relação à 2ª candidata, Madri. Pela versão do MPF seriam todos corruptos. Não tenho dúvidas de que em pouco tempo conseguiremos desmontar essa invencionice", disse à época.
Farra dos Guardanapos
Era setembro de 2009 quando um jantar com autoridades públicas do Rio de Janeiro foram fotografadas com guardanapos na cabeça. O episódio acabou ficando conhecido como "a farra dos guardanapos". Na ocasião, Cabral foi receber um prêmio em Paris, na França, poucos dias antes da escolha do Rio como sede olímpica de 2016.
Agora, nove anos depois, o MPF desconfia que naquela época os votos dos membros do COI já estavam comprados e a "farra dos guardanapos" foi uma "celebração" antecipada da vitória da Rio 2016.
"O que nós temos de informação é que Lamine Diack [um dos jurados da eleição que definiu o Rio como sede dos Jogos] era um frequentador assíduo de Paris e pode ter havido uma comemoração antecipada daqueles que mais lucraram com a Olimpíada no Brasil", ressaltou a procuradora Fabiana Schneider.
Veja também
Últimas notícias
Leonardo Dias é homenageado pelo CATO e reafirma parceria para fortalecer o tiro esportivo
Anac aprova venda do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão
Policial Militar suspeito de matar enfermeira se entrega às autoridades em Penedo
Lula diz que fim de sanção a Alexandre de Moraes é bom para o Brasil
PM recupera motos roubadas e apreende arma de fogo em Arapiraca e Piranhas
PM-AL flagra tráfico de drogas e porte ilegal de arma em ações no Sertão e Agreste
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
Prefeito de Major Izidoro é acusado de entrar em fazenda e matar gado de primo do governador
Promotorias querem revogação da nomeação de cunhada do prefeito de União
