Bolsonaro e Petrobras se reúnem para debater preços
Na última sexta-feira, o valor de mercado da petrolífera despencou em 32,4 bilhões com a interferência do governo
Depois de uma queda de quase 8% no valor das ações ordinárias da Petrobras e de uma perda de 32,4 bilhões de reais em valor de mercado, o presidente Jair Bolsonaro convocou para esta terça-feira, 16, uma reunião com ministros do governo e executivos da companhia. O plano do presidente é usar o encontro de hoje para entender os cálculos que levaram ao aumento de 5,7% no preço do diesel, contrariando, assim, a política de não-intervenção de seu próprio governo.
Além de Bolsonaro e do chefe da pasta de economia, Paulo Guedes, a reunião desta terça-feira também contará com a presença de membros da equipe técnica da Petrobras, do presidente da petroleira, e dos ministros da infraestrutura, Tarcísio Freitas, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Assim que o veto começou reverberar no mercado na última sexta-feira, Bolsonaro reiterou que “não é economista” e que a companhia terá que o convencer sobre da necessidade do reajuste.
Ontem, num exercício de retórica pouco convincente, Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, afirmou que a empresa é “livre” para definir seus preços, mas que o governo alertou, na semana passada, para os riscos do reajuste do diesel. Aconselhado pelo ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni, Bolsonaro justificou seu veto como uma tentativa de evitar uma novas mobilizações por parte dos caminhoneiros. Em 2018, uma alta semelhante levou a uma greve que paralisou o país por vários dias e trouxe um imenso prejuízo aos cofres públicos.
Segundo o jornal O Globo, o governo deve anunciar nesta terça-feira um pacote de medidas para contentar os caminhoneiros. Entre elas estão uma linha de crédito especial do BNDES, obras de infraestrutura em estradas e maior fiscalização para o cumprimento da tabela do frete, uma invenção brasileira que tira a competitividade de toda a cadeia produtiva nacional.