Até segunda-feira está no cargo, diz Bolsonaro sobre ministro do Turismo
Presidente diz que se reunirá com Moro para discutir caso e que determinou apuração em todos os partidos
Em suas primeiras manifestações após a prisão de três aliados de Marcelo Álvaro Antônio, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que vai analisar o caso do ministro do Turismo assim que voltar ao Brasil e que, caso haja algo robusto, tomará providências.
"Até segunda-feira está [no cargo]. Até segunda-feira os 22 são ministros", respondeu o presidente à pergunta sobre se Álvaro Antônio continuará no posto.
As prisões foram feitas pela Polícia Federal em decorrência das investigações das candidaturas laranjas do PSL, partido do presidente, caso revelado pela Folha .
Bolsonaro está em viagem ao Japão e deve chegar ao Brasil neste domingo (30). Ele disse que no dia seguinte se reunirá com o ministro Sergio Moro (Justiça), a quem a PF está subordinada.
"Por enquanto não tem nada, uma vez tendo, como conversado com Moro lá atrás, qualquer coisa mais robusta contra uma ação irregular de um ministro, as providências vão ser tomadas da nossa parte."
O presidente disse que já determinou ao ministro que amplie as investigações para todos os partidos que tenham tido exemplos de candidatas que receberam alto volume de recursos públicos eleitorais, com votação ínfima, clássico indicativo de que as campanhas foram de fachada.
"Determinei à PF que investigue todos os partidos onde candidatas receberam quantidades enormes e tiveram votos mínimos. Tem que valer para todo mundo. Não ficar fazendo pressão em cima do PSL para tentar me atingir", afirmou o presidente, em entrevista coletiva, dizendo haver casos tão ou mais graves em outras legendas.
Mais cedo, Bolsonaro deu declarações semelhantes à rádio Jovem Pan.
"Existem em quase todos os partidos pessoas dessa maneira [votações ínfimas, apesar do recebimento de grande volume de verba de campanha]. Agora, você não pode simplesmente atirar em cima do PSL", afirmou.
"Quero, sim, que amplie esse processo, que se punam os culpados e se mostre realmente todos aqueles que receberam recursos enormes e depois tiveram uma votação diminuta. Obviamente, o grande indicador é que houve alguma coisa de errado por ocasião da campanha desse candidato", completou, na entrevista à rádio.